No meio político, jurídico e na sociedade civil, através das redes sociais, principalmente, cresce um clamor pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, muito motivado pela atuação do governo diante da pandemia do coronavírus.
No Twitter, hashtags que pleiteiam o impedimento do ex-capitão têm permanecido na lista de assuntos mais comentados da internet, diariamente, desde a semana passada. E já há até quem não estava na rede social criando perfil só para se somar ao coro.
É o caso da atriz Alice Braga. "Não tinha Twitter até hj. Mas quis finalmente entrar aqui pra dizer: #ImpeachmentBolsonaroUrgente", escreveu ela em sua primeira postagem na rede social, na tarde desta terça-feira (19). Sua publicação havia recebido, até a publicação desta nota, mais de 33,4 mil curtidas.
Antes de Alice Braga, a também atriz Maria Flor, na segunda-feira (18), gravou um vídeo indignada pedindo o impeachment de Bolsonaro.
Pressão pelo impeachment
Nos bastidores do Congresso Nacional já está posto: há um novo impulso pelo impeachment de Jair Bolsonaro. Desde a semana passada, parlamentares tem apresentado novos pedidos de impedimento do presidente, se manifestado na mídia sobre o tema e pressionando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), bem como seu candidato a sucessor, Baleia Rossi (MDB-SP), a abrir uma das peças ainda paradas contra o ex-capitão.
Na sociedade civil o clima também cresce: panelaços, carreatas e manifestações contra o presidente vêm se tornando cada vez mais comuns. Além disso, no meio jurídico o assunto também já é tema central. Nesta segunda-feira (18), por exemplo, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Brito, defendeu o impeachment de Bolsonaro. “A Constituição ou o presidente. E a opção só pode ser pela Constituição”, afirmou
Nas redes sociais, após sugestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT-SP), internautas criaram um “placar do impeachment”, que mostra, de acordo com o posicionamento de parlamentares nos meios digitais, quais deles são a favor e quais são contra o impedimento do presidente. A página ainda disponibiliza contatos dos parlamentares para que a população possa cobrá-los.
Apoiador de Jair Bolsonaro na eleição de 2018, o movimento de direita Vem Pra Rua também resolveu se somar às mobilizações pelo impeachment. O grupo, que puxou manifestações em prol do golpe parlamentar encampado contra a ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016, resgatou a plataforma “Mapa do Impeachment”, que criou à época para pedir o afastamento da petista, com o intuito, desta vez, de pressionar pelo impeachment de Bolsonaro.
Iniciativa parecida encampou nesta terça-feira (19) a União Nacional dos Estudantes (UNE), que criou placar com o posicionamento dos deputados federais em relação ao impedimento do titular do Planalto.