As declarações que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem feito nos últimos dias levaram seu ex-ministro, general Carlos Alberto Santos Cruz a ir às redes sociais de novo para passar um pito no ex-chefe, nesta quinta-feira (12).
Desta vez a bronca foi com a fala de Bolsonaro sobre “tudo ser coronavírus”, conclamando os brasileiros a “enfrentarem de peito aberto” a doença que já matou mais de 164 mil pessoas no Brasil. No discurso, Bolsonaro disse que o Brasil era um “país de maricas”.
Santos Cruz começou assim sua publicação no Twitter: “CANSADO DE SHOW. O Brasil não é um país de maricas”, num ataque claro às declarações de Bolsonaro.
“É tolerante demais com a desigualdade social, corrupção, privilégios”, escreveu, esquecendo que entre esses privilégios pode-se citar os concedidos aos militares de alta patente, que não tiveram modificações em seus vencimentos na reforma da Previdência.
Porém, na sequência do tuíte, Santos Cruz, que foi ministro da Secretaria Geral da Presidência, mostra que não devia estar prestando atenção nas falas anteriores do presidente, inclusive na campanha. Isso porque ele escreveu: “Votou contra extremismos e corrupção. Votou por equilíbrio e união”. Extremismo sempre foi uma característica do discurso de Bolsonaro e seus seguidores. Por outro lado, equilíbrio e união, não.
E o general concluiu: “Precisa de seriedade, e não de show, espetáculo, embuste, fanfarronice e desrespeito”.
Segunda bronca
Na quarta-feira (11), o general já havia criticado o comentário feito por Jair Bolsonaro sobre a Coronavac, quando disse que tinha “ganhado” de João Doria (PSDB) devido à suspensão dos testes da vacina contra a Covid-19. A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última segunda-feira (9). Mas os testes foram retomados nesta quarta-feira.
“GANHOU DE QUEM?”, começou, em letras maiúsculas, o general naquele tuíte. “Vacina, qualquer que seja, é saúde pública. É para a população”, continuou. “Fora disso é irresponsabilidade, falta de noção mínima das obrigações, desrespeito pela saúde dos cidadãos. Vergonha! Sem classificação!”.