Médico dá atestado para deputado bolsonarista entrar sem máscara em aeroporto

Daniel Silveira, que quebrou a placa de Marielle, divulgou certidão do ginecologista e especialista em estética, Sérgio Marcussi, que respondeu: "Hoje fiz 20 atestados desses"

Crachá concedido com atestado por médico bolsonarista para quem não quer usar máscara (Foto Reprodução Twitter)
Crachá concedido com atestado por médico bolsonarista para quem não quer usar máscara (Foto Reprodução Twitter)
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O médico bolsonarista mineiro Sérgio Marcussi, ginecologista e especialista em estética, diz estar fazendo atestados para pessoas que se recusam a usar máscaras para diminuir a disseminação do novo coronavírus. O item de segurança é recomendado por autoridades sanitárias.

Um apoiador de sua prática e que também a usou, o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), fez a “propaganda” no Twitter e afirmou que, com o documento, conseguiu ficar sem máscara no aeroporto. “Agora no aeroporto, entrei sem máscara e fui abordado uma vez. Expliquei que estou respaldado pela lei 14.019/20 art 3° §7°, com licença médica que me garante o não uso e continuei a missão. Essa focinheira ideológica tem que ser combatida”. Silveira é um dos políticos que quebrou a placa de rua em homenagem a Marielle Franco durante a campanha de 2018.

Marcussi retuitou a mensagem e escreveu: “A luta diária! Hoje fiz 20 atestados desses. Vamos disseminando”.

https://twitter.com/sergiomarcussi/status/1320876046573592577

Depois, o próprio Marcussi tuitou: “Esta é a solução para você se livrar da focinheira. Eu ‘chama’ do cabresto também. Só não pode falar o nome porque eles” e seguem três emojis de tesouras. E publicou uma reprodução do atestado que vem concedendo.

https://twitter.com/sergiomarcussi/status/1320896634247614465

O texto se baseia em artigo da lei federal 14.019 /2020, que obriga o uso de máscaras, mas prevê exceções no caso de quem mostrar algum problema de saúde ao utilizá-las. No atestado reproduzido, com o nome do paciente coberto, Marcussi alega que o uso do equipamento de segurança provoca cefaleia crônica na pessoa, que pode aumentar a concentração de gás carbônico (CO2) no sangue e ainda levar a trombose.

Veja o atestado:

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