Ministério da Justiça tem cinco dias para informar se Lava Jato burlou cooperação internacional

STF atendeu pedido de advogados de Lula, baseado em diálogos da Vaza Jato, que indicam que procuradores da força-tarefa fizeram acordos fora dos canais oficiais com autoridades dos EUA no "caso Odebrecht"

Procuradores da Lava Jato em Curitiba (Foto: Reprodução/ Twitter/ Jerusa Viecili)
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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de cinco dias, a contar desta quarta-feira (17) para que o Ministério da Justiça informe se realizou diretamente ou se intermediou tratativas internacionais nos acordos feitos pela operação Lava Jato envolvendo a Petrobras e a construtora Odebrecht.

A decisão de Lewandowski atende a um pedido da defesa do ex-presidente Lula, baseado nos diálogos da Vaza Jato apreendidos na Operação Spoofing.

No pedido de informações ao Ministério da Justiça, o ministro do STF pede atenção à repatriação de valores, pagamentos de multas, ajuste de indenizações, perícias técnicas, acordos de leniência e intercâmbio de dados, entre 1º/1/2014 e 31/12/2020. Em caso de resposta positiva, Lewandowski determinou que seja informado o objeto e as datas das tratativas.

Segundo advogados do ex-presidente, as mensagens indicam que a Lava Jato teria solicitado aos norte-americanos ajuda para desenvolver o “caso Odebrecht” e que, desde 2015, a força-tarefa tinha Lula como “alvo pré-definido e desenvolvia suas operações com o objetivo de constranger pessoas para que “falassem algo” sobre ele.

De acordo com a defesa, o material também indicaria que a força-tarefa recebeu, fora dos canais oficiais, informações das agências norte-americanas para promover a quebra do sigilo fiscal de familiares de Lula.

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