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Em entrevista ao programa "Entre Vistas", da TVT, veiculada na noite desta quinta-feira (29), o jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, falou sobre a repercussão e os efeitos práticos gerados pelas matérias da série Vaza Jato, que vêm revelando uma conduta antiética e até mesmo ilegal de procuradores e do ex-juiz Sergio Moro frente à operação Lava Jato.
Para Greenwald, apesar de Moro e Dallagnol permanecerem em seus cargos, mesmo diante da gravidade dos atos revelados, as mudanças mais significativas acontecerão com o tempo. "Moro ainda não foi demitido mas hoje é uma figura mais fraca. As mudanças ainda são sutis, mas as mudanças mais importantes acontecem com o tempo. E estamos vendo isso", afirmou.
Ele ponderou, contudo, que em seu país, os Estados Unidos, um juiz ou um ministro jamais permaneceria no cargo depois que viesse à tona que ele mantinha diálogos com procuradores em segredo, principalmente com o objetivo de levar um político que estava na frente em todas as pesquisas eleitorais para a presidência à prisão. "Se [nos EUA] qualquer juiz fizesse o que Moro fez, mesmo se fosse um caso mais insignificante, perderia seu cargo sem discussão", disse, reproduzindo o espanto que um amigo seu advogado norte-americano expressou quando soube do caso no Brasil.
Na mesma entrevista, Greenwald anunciou ainda que em breve o The Intercept Brasil revelará uma articulação ilegal entre procuradores da Lava Jato e a Rede Globo de televisão. “No Jornal Nacional, o (William) Bonner (apresentador) apenas falava o que tinha recebido da força-tarefa, com uma audiência enorme, sem nenhum trabalho jornalístico. Atuavam como parceiros”, disparou.
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