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Um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, o jurista Miguel Reale Júnior disparou contra o ministro da Justiça, Sérgio Moro, em declaração concedida à coluna "Painel", da Folha de S. Paulo, neste sábado (6).
A princípio cauteloso, dizendo que era preciso aguardar investigações, Reale mudou o discurso após novas conversas entre Moro e procuradores da Lava Jato virem à tona. “Se vê efetivamente um pendor do juiz na orientação da acusação”, afirmou.
De acordo com o jurista, os diálogos que vêm sendo divulgados pelo The Intercept Brasil e por veículos parceiros, como a Folha e a Veja, indicam que "há interesse do juiz em favor da acusação".
“O que espanta é essa proximidade. Conspirando contra a defesa. Presumia-se que a 13ª Vara fosse um juízo rigoroso, mas não comprometido", disparou Reale.
Ministro do Supremo também reage às conversas
Na sexta-feira (5), em entrevista à Rede Brasil Atual, outro jurista, desta vez um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), também teceu críticas a Moro por conta de sua conduta considerada parcial na condução da Lava Jato.
Marco Aurélio Mello chegou a afirmar que não indicaria Moro para uma vaga no STF e ainda disparou: "Imagina se ele tivesse mantido esses diálogos com o advogado de um dos envolvidos. O que se diria? Ele estaria excomungado, execrado".
Antes disso, em junho, o mesmo ministro disse que os diálogos do ex-juiz revelados pela "Vaza Jato" colocam em xeque equidistância da Justiça.