Léo Pinheiro envia carta a Folha para não perder privilégios do acordo de delação

Mensagens divulgadas pelo site The Intercept, em parceria com a Folha, indicam que Léo Pinheiro só ganhou crédito na Lava Jato após mudar diversas vezes sua versão sobre o tríplex do Guarujá, que a empresa afirmou ter reformado para Lula

Leo Pinheiro (Arquivo)
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Após ter sido usado pelos investigadores da Lava Jato para incriminar Lula e ver a delação em que cita magistrados engavetada na Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, enviou carta ao jornal Folha de S.Paulo, divulgada nesta quinta-feira (4), rechaçando a possibilidade de ter adaptado suas declarações para que seu acordo de delação premiada fosse aceito pela Lava Jato. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo "Afirmo categoricamente que nunca mudei ou criei versão, e nunca fui ameaçado ou pressionado pela Polícia Federal ou Ministério Público Federal", diz, em tentativa de manter os privilégios obtidos pela delação. Leia também Nova delação de Léo Pinheiro, que cita magistrados, está parada há cinco meses na PGR A carta foi enviada, depois que a Folha, em parceria com o site The Intercept, divulgou mensagens entre procuradores da Lava Jato que indicam que as declarações de Leo Pinheiro foram tratadas com desconfiança pela Operação Lava Jato durante quase todo o tempo em que se dispôs a colaborar com as investigações. As mensagens indicam que Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista. “Sobre o Lula eles não queriam trazer nem o apt. Guaruja”, escreveu o promotor Sérgio Bruno Cabral Fernandes a outros integrantes da equipe que negociou com os advogados da OAS em agosto de 2016, numa discussão sobre a delação no aplicativo Telegram. “Diziam q não tinha crime.” Carta Na carta, Leo Pinheiro reforça as teses levantadas por ele contra Lula e diz que não optou pela delação por pressão das autoridades, mas sim como uma forma de "passar a limpo erros". "Não sou mentiroso nem vítima de coação alguma", afirma. Leia a reportagem na íntegra