Queiroga obedece Bolsonaro e veta novas compras da CoronaVac

Ministério da Saúde não vai renovar contrato com o Instituto Butantan para compra de novos lotes da CoronaVac, que está no centro da disputa eleitoral entre Bolsonaro e João Doria

Jair Bolsonaro, Marcelo Queiroga e ministros comem pizza na rua em Nova York (Reproção/Instagram)
Escrito en POLÍTICA el

Atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga segue a máxima do antecessor, o general Eduardo Pazuello, do "um manda e outro obedece" e deve vetar a renovação do contrato do Ministério da Saúde com o Instituto Butantan para compra de novos lotes da CoronaVac, vacina desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac que é alvo de críticas constantes do presidente.

Segundo fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico, o ministério já teria descartado a aquisição de novas doses após estudo encomendado por Jair Bolsonaro (Sem partido) a Queiroga.

VÍDEO: Bolsonaro comemora com cantoria dúvidas sobre CoronaVac

Além das críticas à eficácia da vacina, chamada de "experimental", o presidente já acusou o Butantan de superfaturar a venda da CoronaVac ao governo federal, sem apresentar provas.

Segundo Bolsonaro, a SinoVac, laboratório chinês que fabrica a CoronaVac, teria oferecido ao governo a dose do imunizante a 5 dólares, metade do valor que está sendo cobrado pelo Instituto Butantan.

De acordo com a assessoria, o Butantan tem a exclusividade da CoronaVac para toda a América Latina. A própria Sinovac soltou nota reiterando “que o instituto é o único representante da Sinovac no Brasil e na América Latina para a comercialização da CoronaVac”.

Eficácia e dose de reforço

Em reunião com representantes do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), assessores de Queiroga alegaram que a CoronaVac não pode ser usada como dose de reforço para idosos e pessoas com comorbidades.

Os integrantes dos conselhos estariam de acordo, segundo o Valor, e estariam disposto a corroborar a decisão do ministro.

Segundo dados da Saúde, o país já contratou 100 milhões de doses da CoronaVac, sendo que as últimas 7.115.652 de doses seriam recebidas neste mês. Havia ainda tratativas para outras 30 milhões de doses.

A vacina é alvo de disputa eleitoral entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Pré-candidato à Presidência, Doria fez da "vacina do Brasil" uma espécie de cabo eleitoral para alavancar, sem muito sucesso, seu nome em outros estados.

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar