Voltando neste domingo (18) da viagem a Angola, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) deve prestar contas sobre o que obteve para tentar a "pacificação" entre o governo local e a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, que está sendo acusado em grupos bolsonaristas de incitar reportagens negativas contra o governo por estar descontente com a postura de Bolsonaro frente à questão que enfrenta no país africano.
Em entrevista à Agência Lusa, Mourão sinalizou que o tema fez parte do encontro bilateral que teve com o presidente do governo de Angola, João Lourenço, na sexta-feira (16).
"O Governo brasileiro gostaria que se chegasse a um consenso entre essas duas partes e que aqui o Estado angolano recebesse a delegação parlamentar brasileira que quer vir aqui para tentar chegar a um acordo e a um ponto em que se arrefeça as diferenças que ocorreram", disse Mourão.
O vice-presidente afirmou ainda que a questão criou um problema "no plano espiritual", mas também "no plano político" e que, por isso, é preciso procurar "uma pacificação, apesar de não ser um assunto" que envolva diretamente o Governo brasileiro.
"Essa questão da Igreja Universal aqui é uma questão que afeta o Governo e a sociedade brasileira pela penetração que essa igreja tem e pela participação política que ela possui [no Brasil], com um partido que é o Partido Republicano, que representa o pessoal da Igreja", disse Mourão, que representou o Brasil na XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Luanda.
Record
No Brasil, o único veículo da mídia liberal que repercutiu a visita de Mourão foi a TV Record, de Edir Macedo, que virou alvo de críticas em grupos bolsonaristas.
Apoiadores do presidente acusam Edir Macedo de incitar reportagens com ataques ao governo para pressionar Bolsonaro a agir em defesa da igreja em Angola.
"Edir Macedo está enfrentando um problema delicado, e deseja que Bolsonaro o resolva", diz texto compartilhado em grupo bolsonarista no Telegram.