Em entrevista ao jornal Correio Braziliense nesta terça-feira (29), o deputado Luís Miranda (DEM-DF) voltou a afirmar que não gravou a reunião que teve com Jair Bolsonaro no dia 20 de março, em que denunciou o suposto esquema de corrupção sobre a compra da Covaxin.
"Eu não, um parlamentar não deve gravar um presidente", afirmou. "Quanto ao meu irmão, eu não posso falar isso", emendou.
Miranda - que diz que segue sendo um deputado "governista", mas não "bolsonarista" - afirmou ainda que acredita que até o momento Bolsonaro está constrangido com a repercussão de suas declarações, mas não teria mentido.
"Até agora, o que eu vejo, é o constrangimento dele com a situação, talvez por ter confiado em pessoas que ele passou a informação para frente e não fizeram nada. Ele está vendo que vai ter que agir, em algum momento, quanto a essas pessoas. Até agora ele não mentiu. Me atacaram, mas ele não mentiu. Se ele mentir, aí a coisa pode mudar de figura", afirmou, em tom de ameaça.
Miranda ainda afirmou que pretende entrar com representação contra o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), pelo que ele classifica como "atitude criminosa".
"Foram vergonhosas as falas do Onyx, mentindo, pegando documento original, dizendo que é falso, induzindo a população ao erro. Foi criminosa a atitude do Onyx. Será denunciado por mim, será denunciado pela OAB, será denunciado por todos que defendem o combate à corrupção do país", disse o parlamentar. "É mentira o que ele fala. Ameaçou testemunha de um caso sério. Eu não respondo nenhum processo criminal e já passei por 500 mil fake news", emendou, negando processo por estelionato pelo qual responderia.