Toma lá, dá cá: Senador denuncia compra de voto em privatização da Eletrobras

Negociata do governo Bolsonaro teria sido comandada pelos ministros Luiz Ramos, da Casa Civil, e Gilson Machado, do Turismo

General Luiz Eduardo Ramos bate continência a Paulo Guedes e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Correa/PR)
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O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) denunciou um esquema de compra de votos pelo governo Jair Bolsonaro para aprovar a toque de caixa a Medida Provisória (MP) 1.031 que permite a privatização da Eletrobras, a maior empresa de energia elétrica da América Latina.

Segundo o senador, que é líder do PSDB no Senado, os ministros Luiz Ramos (Casa Civil) e Gilson Machado (Turismo) o procuraram antes da votação da MP no Senado para oferecer um cargo para uma pessoa que o tucano havia indicado quando era vice-líder do governo, em 2020.

Lucas votou contra a MP e orientou a bancada do PSDB a fazer o mesmo - apenas um dos sete senadores do partido votou a favor da MP.

"Não é meu perfil votar em função de lobby ou em troca de alguma coisa. Nunca fiz isso na minha vida pública. Acho que as pessoas estão confundindo. É lamentável", disse Lucas à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (23).

Nesta segunda-feira (21), Sergio Guerra, filho do senador, foi exonerado do cargo de diretor de Empreendedorismo Cultural da Secretaria Especial da Cultura, que é subordinada à pasta de Gilson Machado.

"[A exoneração do filho] deve ser um reflexo da votação da Eletrobras. Mas o Ramos que tem que responder isso, né?", indagou.