Em depoimento à CPI do Genocídio, o deputado bolsonarista Osmar Terra (MDB-RS) insinuou que houve "imunidade de rebanho" entre o primeiro pico da pandemia no Amazonas, em abril de 2020, e a chegada de segunda cepa - a P1 -, em dezembro.
Mostrando gráfico, Terra mentiu ao dizer que as aulas não foram suspensas no estado e que a população ficou imunizada até a chegada da segunda cepa, no final de 2020.
"As escolas ficaram fechadas, não diga isso", disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), desmentindo o deputado. "As pessoas que comemoraram o fim do lockdown em Manaus em dezembro são cúmplices de assassinato", emendou Aziz.
Em seguida, Terra respondeu a pergunta de Renan Calheiros (MDB-AL) e, negando tudo que tem defendido nas redes e nos meios bolsonaristas, afirmou que não defende a imunidade de rebanho.
"Eu não defendo imunidade de rebanho. Imunidade de rebanho é o resultado de todas as pandemias publicado em qualquer livro de epidemiologia", afirmou.
Mentiras
Omar Terra, que chegou a prever cerca de mil mortos pela pandemia no Brasil, disse que errou nas estimativas por causa da mutação do vírus.
No entanto, quando a segunda cepa foi detectada no Brasil, em dezembro, o país já contava mais de 194 mil mortos pela Covid-19. "Alguma coisa não funcionou ali nos cálculos", disse, depois de falar que se baseia em dados da China e em experiências pessoais de cinco pandemias.
Omar Terra ainda mentiu sobre a taxa de infecção entre Araraquara, no interior de São Paulo, que decretou lockdown por três vezes, e Chapecó, em Santa Catarina, que adotou a medida apenas uma vez.
O deputado ainda foi desmascarado ao defender as medidas negacionistas da Suécia. "O governo da Suécia caiu por isso", afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Siga o depoimento de Osmar Terra à CPI.