Ao lado do senador Flávio Bolsonaro, o presidente do Patriota Adilson Barroso confirmou à Executiva Nacional do partido que deixará o partido "igual o presidente quer", admitindo que dará carta branca para Jair Bolsonaro (Sem partido) fazer as alterações que ache necessário para que dispute a reeleição em 2022 pela sigla.
"Eu queria pedir para você: vamos votar para poder vir o presidente, vamos votar para poder reformar o estatuto igual o presidente quer. Não tem aqui má intenção. Ele não virá para o partido, se eu não for presidente. Ele não virá para o partido, se nós não dermos uma certa garantia a ele", disse Barroso em convenção nacional da sigla na manhã desta segunda-feira (14).
Em seu discurso, Flávio afirmou que quer "estruturar o partido para em 2022 a gente jogue a série A" e que a próxima eleição presidencial será "lado A ou o lado B", em referência à disputa direta contra o ex-presidente Lula.
"Todos os que estão aqui jamais vão procurar o outro lado O outro lado voltando podem ter certeza que é o fim do nosso país. Basta olhar para nosso lado Argentina, Venezuela, onde os projetos comunistas, socialistas, voltaram à tona", disse Flávio.
O senador ainda afirmou que ao chegar ao partido, Bolsonaro não vai "cortar a cabeça" de muita gente, como alguns pensam.
"Ao contrário do que muita gente pensa, Bolsonaro não vem para tomar o partido e cortar a cabeça de muita gente. Espero abrir o caminho para que o presidente Bolsonaro se sinta à vontade para vir para cá", afirmou.
Manda e obedece
Antes mesmo de Bolsonaro desembarcar no Patriota, o partido já sinalizou que seguirá a máxima de Eduardo Pazuello: "Um manda, outro obedece".
Na segunda-feira passada, dia 7, O vereador paulistano Rubinho Nunes, conhecido como advogado do MBL, foi expulso do partido por não aceitar a filiação do senador Flávio Bolsonaro e a alteração do estatuto do partido para dar plenos poderes ao clã Bolsonaro.
A filiação de Flávio e a ida do pai abriu um racha no partido. Integrantes da sigla chegaram a entrar com uma contestação na Justiça Eleitoral para derrubar a reunião da convenção nacional que filou o senador.
Eles acusam Barroso de promover uma série de irregularidades para mudar o estatuto e obter maioria favorecendo a afiliação do clã presidencial.