Após desafiar - e irritar - a cúpula das Forças Armadas ao levar o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, a um ato político no Rio de Janeiro no últmo domingo (22), Jair Bolsonaro (Sem partido) fará um teste de como está a relação com os militares ao participar de inauguração de uma ponte na Amazônia ao lado do comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, nesta quinta-feira (27).
O ato em uma área próxima à maior jazida de nióbio do mundo - uma das bandeiras de campanha de Bolsonaro - e ao lado de terra indígena Yanomami, que pode ser visitada pelo presidente, acontece no mesmo dia em que chega ao fim o prazo de 72 horas para que Pazuello apresente sua defesa ao Exército sobre a ida à motocada no Rio. A punição deve ser definida por Paulo Sérgio em até oito dias.
Para mediar o encontro, Bolsonaro levará o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, general da reserva e chefe da intervenção na segurança pública do Rio que embarcou de vez no bolsonarismo.
Nióbio
A ponte que será inaugurada por Bolsonaro fica sobre o igarapé Ya-Mirim fica a 2 quilômetros do Morro de Seis Lagos, o maior depósito mundial de nióbio, com reserva estimada de 2,9 bilhões de toneladas, mas sem interesse de mineradoras.
A visita de Bolsonaro à região tem o objetivo de mostrar que o governo está disposto a aprovar uma lei para exploração de minérios em áreas indígenas, o que tem causado muitos conflitos na região, com ataques de garimpeiros a indígenas, principalmente dos povos Yanomami, que habitam uma reserva próxima à área.
Além da visita à terra indígena, Bolsonaro planeja aterrisar em um garimpo ilegal, para defender a legalização da extração.