Suspeito de ser o coordenador do "Ministério da Saúde paralelo", que assessora Jair Bolsonaro (Sem partido) com fontes e informações negacionistas sobre a Covid-19, o ex-assessor-chefe adjunto da assessoria especial da Presidência, Arthur Weintraub, deve ser convocado para depoir na CPI do Genocídio.
Nesta segunda-feira (24), os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE) vão apresentar um requerimento pedindo a convocação de Arthur, que irmão do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub. A informação foi confirmada pela Fórum junto à assessoria do ex-ministro da Saúde.
Humberto Costa ainda deve pedir a convocação da médica infectologista Luana Araújo, que pediu demissão da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 nove dias após ser nomeada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Reportagem de Samuel Pancher, no site Metrópoles neste sábado (22), mostra que o ex-assessor de Bolsonaro, que foi alçado pelo presidente ao cargo secretário de Acesso a Direitos e Equidade na Organização dos Estados Americanos (OEA) em setembro passado, seria o responsável por conectar Bolsonaro com médicos negacionistas.
“A partir de fevereiro, como assessor do presidente, comecei a entrar em contato com os médicos que tenho referência, o Dr. Luciano Azevedo, a Dra. Nise, o Dr. Paulo Zanotto”, disse Weintraub em discurso no evento “Brasil Vencendo a Covid”, realizado em 24 de agosto de 2020, no Palácio do Planalto.
Lotado na OEA um mês depois, Weintraub continua atuando em defesa do governo Bolsonaro nas redes sociais, compartilhando tuites dos filhos do presidente e do irmão, que ganhou um cargo no Banco Mundial.
""Weintraubs são radicais". "Não respeitaram liturgia". "Não quiseram ser cautelosos nas posições". Lembro que, até meses atrás, a direita tirava sarro da prudência e sofisticação. Agora há uma "direita" que é prudente e sofisticada. Tamos fora. "Direita" isentona, ce curte?", tuitou no dia 14 de maio.