Efeito CPI: Ministério da Saúde lança campanha pelo uso de máscaras, após mais de 1 ano de pandemia e 425 mil mortes

Os detalhes da campanha, que também incentivará a vacinação, serão divulgados nesta quarta-feira (12), apenas alguns dias após Bolsonaro promover, mais uma vez, aglomeração sem máscara

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (Reprodução)
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O Ministério da Saúde vai lançar, nesta quarta-feira (11), uma campanha de conscientização para que a população faça tudo aquilo que o presidente Jair Bolsonaro não faz para evitar o contágio do coronavírus: medidas de prevenção e uso de máscara de proteção.

A "Campanha de Conscientização sobre Medidas Preventivas e Vacinação contra a Covid-19" será oficialmente lançada, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília e deve contar com a presença do mascote da vacinação, o Zé Gotinha, cuja presença em ações publicitárias do governo foi cobrada pelo ex-presidente Lula em março.

A ação acontece em meio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as ações e omissões do governo no combate à pandemia, a CPI do Genocídio, e após mais de 1 ano de pandemia e 425 mil mortes em decorrência da Covid-19.

No último domingo (9), no entanto, mesmo diante da possibilidade de ser responsabilizado depois das apurações da CPI e com a proximidade da lançamento da campanha do Ministério da Saúde, Jair Bolsonaro voltou a promover aglomeração sem o uso de máscaras.

Em abril, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a responsabilizar a população pelo agravamento da pandemia e, indiretamente, o próprio Bolsonaro. “Se a população estivesse usando máscaras, mantendo o distanciamento, evitando aglomerações, se tivesse um programa de testagem mais adequado, isolamento dos casos positivos e dos seus contactantes, se fizéssemos a disciplina dos transportes urbanos, e para o funcionamento dos setores estratégicos, os senhores podem ter certeza que não estaríamos vivendo o momento que estamos vivendo hoje”, disparou, praticamente listando tudo o que seu chefe, Bolsonaro, não fez.

Na ocasião, Queiroga também adiantou a campanha que será lançada nesta quarta. Ele pontuou, contudo, que isso não será feito “na base da lei”, sinalizando uma postura contrária aos decretos municipais e estaduais que tornam obrigatório o uso da proteção.

“Sobre o uso de máscaras, é necessário dizer o esforço que eu tenho feito. Desde o primeiro dia tenho recomendado o uso de máscaras, como também as outras medidas, mas entendo que não é na base da lei que a gente vai resolver isso. O governo, por meio do Ministério da Saúde, vai fazer uma orientação geral”, declarou.