Bolsonaro compara Covid com câncer de próstata e reclama: "Impressionante como só se fala em vacina"

Em sua live semanal desta quinta-feira (22), o presidente ignorou a decisão do STF que confirmou a suspeição de Moro contra Lula e voltou a atacar o lockdown e defender medicamentos sem eficácia contra a Covid

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Em sua live da noite desta quinta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro, para defender o chamado "tratamento precoce" contra a Covid, que não tem eficácia comprovada e pode, inclusive, oferecer riscos a quem se submete a ele, comparou a doença do coronavírus ao câncer de próstata e ao câncer de mama.

"O que é o Outubro Rosa? É o câncer de mama. O que que é o Novembro Azul? O câncer de próstata. Uma vez descoberto o câncer de próstata, vai para o tratamento rápido. Agora, por que no caso do Covid tem que ir para casa e ficar com o protocolo Mandetta até sentir falta de ar e ir pro hospital? Vai para o hospital fazer o quê? Ser intubado. É um crime o que fazem no Brasil. É uma patifaria o que fazem no tocante ao Covid. Parece não. Para estes caras, interessa morrer gente", disse, de forma confusa, o presidente.

Além do "tratamento precoce", Bolsonaro voltou a sair em defesa de medicamentos que não tem eficácia comprovada contra a Covid. Ao lado do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, o presidente afirmou que o uso da Nitazoxanida contra a Covid está em testes no Brasil e que Pontes trabalha em um "remédio nacional" contra a doença do coronavírus.

"Impressionante como só se fala em vacina", reclamou Bolsonaro, enquanto governadores e prefeitos lutam contra o tempo e pressionam o governo federal para a aquisição de mais imunizantes contra a Covid, visto que a pandemia segue em patamar alto no país e vem vitimando mais de 3 mil pessoas diariamente.

O presidente também defendeu a cloroquina, outro remédio sem eficácia comprovada contra a Covid, mas omitiu o nome, temendo ser punido pelo YouTube, que derrubou vídeos incentivando o uso do medicamento contra a doença. "Eu tomei um negócio ano passado, não vou citar o nome para não cair a live, mas se eu tiver um problema, vou tomar de novo", declarou.

Ao longo da transmissão, Bolsonaro, como de praxe, atacou as medidas restritivas, afirmando que "nosso Exército não vai para a rua para manter o povo em casa", repetiu as metas de redução da emissão de gases de efeito estufa que havia exposto, mais cedo, na Cúpula do Clima, falou sobre desenvolvimento de baterias de nióbio e grafeno e redução de impostos sob alguns produtos.

Em nenhum momento da live o presidente citou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que confirmou a suspeição de o ex-juiz Sérgio Moro contra Lula, seu provável principal adversário político na eleição de 2022.