Na Câmara, ministro diz que pandemia elevou gastos de férias com Bolsonaro: Seguranças em quartos individuais

Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União, no entanto, ignorou as manifestações promovidas por Bolsonaro, com seguranças nas praias, e disse que presidente não estava em férias: "a trabalho fora do local costumeiro"

Bolsonaro causa aglomeração na Praia Grande (Reprodução)
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Em depoimento à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados na manhã desta terça-feira (20), o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, usou a pandemia para justificar o gasto de R$ 2.452.586,11 durante as férias de Jair Bolsonaro (Sem partido) nos litorais de Santa Catarina e de São Paulo.

“O primeiro ponto é Covid-19. Todos os seguranças do presidente dividem quartos. Com a Covid-19 estão proibidos essa divisão de quartos. Cada um está ficando individualmente em quarto, o que aumentou os gastos com hospedagem”, disse Rosário.

O ministro, no entanto, ignorou o fato que Bolsonaro promoveu diversas aglomerações nos 17 dias em que curtiu as praias levando seguranças sem máscaras de proteção individual.

Rosário ainda citou a "tentativa de assassinato", sobre a facada desferida contra Bolsonaro ainda durante a campanha de 2018, para dizer que o presidente está em "um nível mais alto de risco" e por isso exige um aparato de segurança maior, aumentando os gastos.

“Temos uma característica específica que é o nível de exposição a risco que o presidente tem. Cada presidente é levantado para um nível de risco e não há dúvidas que o presidente está em um nível mais alto de risco. Não tem ameaça de morte. Ele já teve efetivamente uma tentativa de assassinato que levanta um ponto específico de segurança maior, o que exige uma quantidade de segurança maior de outros presidentes”.

No início da declaração, o ministro ainda negou que Bolsonaro estava em férias.

"Primeiro ponto que quero colocar é que foi colocado no recurso que o presidente estava de férias. Presidenta da República não tem direito a férias. […] E eu deixo claro que durante os períodos de viagem o presidente despachou normal com seus ministros e assessores e também só nesse período assinou um decreto, sete medidas provisórios e sancionou seis projetos de lei. Então só por aí a gente entende que o presidente da República não estava de férias. Ele estava a trabalho em um local fora do local costumeiro onde realiza suas atividades", disse.