Indicada à direção do FNDE em negociata de Bolsonaro com o PP deixa o cargo após envolvimento em caso de corrupção

Renata Mesquita D’Aguiar e o marido, Fábio Gonçalves Campos, são investigados em esquema de superfaturamento no fornecimento de kits para testes de Covid-19 ao governo do Distrito Federal

Jair Bolsonaro e Renata D'Aguiar (Reprodução/Facebook)
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Indicada por Ciro Nogueira, presidente do PP, para o cargo de diretora de Gestão de Fundos e Benefícios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em julho do ano passado, Renata Mesquita D’Aguiar pediu exoneração do cargo nesta sexta-feira (5).

A demissão acontece após a polícia encontrar cerca de R$ 280 mil em dinheiro no carro do marido dela, Fábio Gonçalves Campos, durante a operação Falso Negativo, que investiga um esquema de superfaturamente e corrupção no fornecimento de kits para testes de Covid-19 ao governo do Distrito Federal.

Renata, que foi candidata a deputada distrital pelo PP na última eleição, assumiu o cargo após negociata de Ciro Nogueira e Jair Bolsonaro para cooptação de parlamentares da sigla para a base de apoio do governo no Congresso.

Como diretora do FNDE - um dos órgãos com maior orçamento da União -, ela recebia um salário bruto de R$ 13.623,39. A exoneração, a pedido, foi publicada na edição desta sexgta-feira (5) do Diário Oficial da União, assinada pelo ministro da Casa Civil, Braga Netto.

Renata e Fábio são investigados no caso de corrupção. Segundo promotores do Gaeco-DF, dois investigados no esquema trabalhavam sob orientação dela em órgãos por onde passou.

No caso de Fábio, os promotores do Gaeco-DF reuniram conversas por WhatsApp entre ele e o dono da empresa contratada pela Secretaria de Saúde. Num dos diálogos, ele diz que não poderia aparecer no negócio.