A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, colocou o marido, Jair, em uma enrascada ao se tornar lobista de um proposta aprovada, já aprovada na Câmara e no Senado, que amplia o Benefício da Prestação Continuada (BPC), um auxílio pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda no valor de um salário mínimo por mês - R$ 1,1 mil.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, ao pressionar Bolsonaro pela sanção do projeto, Michelle confronta o ministro da Economia, Paulo Guedes, que teme que a proposta se torne uma bomba fiscal, que pode até dar margem à abertura de impeachment.
Segundo o jornal, a proposta, que concede o BPC a pessoas com visão monocular (cegueira de um dos olhos), pode beneficiar cerca de 400 mil brasileiros, o que causaria um impacto de R$ 5 bilhões ao ano nas contas públicas.
O valor não teria uma contrapartida em aumento de impostos ou redução de despesas, fazendo com que o governo desrespeite a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A medida também transgride a emenda constitucional do teto de gastos, que limita o avanço das despesas à inflação e exige estimativas de impacto orçamentário e financeiro para propostas que criem despesa obrigatória ou concedam renúncias.
Caso Bolsonaro decida sancionar a lei, o ato pode ser enquadrado como crime de responsabilidade, dando base a um processo de impeachment. O prazo final para sanção é o dia 23 de março.