Pivô, ao lado de Fabrício Queiroz, do escândalo de corrupção montado por Flávio Bolsonaro (Republicanos) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Ana Cristina Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro e mãe de Jair Renan, ganhou um cargo no gabinete da deputada Celina Leão (PP-DF), que é indicada para assumir o Ministério do Esporte, que deve ser recriado pelo presidente em uma reforma ministerial.
A nomeação, oficializada na quarta-feira (10), é parte do acordo de Bolsonaro com o centrão para a eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara. Celina Leão pediu exoneração da Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal no dia 11 de dezembro para retornar à Câmara e trabalhar pela eleição de Lira. A outra parte do acordo, ainda não cumprido, é a recriação do Ministério do Esporte, para ser ocupada pela parlamentar.
Nas redes sociais, Ana Cristina - que usa a alcunha de Cristina Bolsonaro - comemorou discretamente a nomeação, compartilhando nos stories uma publicação do atual marido, o norueguês Jan Raymond Hansen, que também registrou a chegada do casal em Brasília, em dezembro do ano passado, quando o acordo com o PP foi costurado. "Obrigado Brasilia a novos amigos", escreveu o norueguês em publicação no dia 21 de dezembro passado.
Ana Cristina, que foi chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara de vereadores do Rio entre 2001 e 2008, tem pelo menos 12 parentes investigados no caso da "rachadinha" de Flávio Bolsonaro na Alerj. Funcionários fantasmas, os parentes de Ana Cristina devolviam até 90% dos salários para Flávio Bolsonaro, no esquema administrado por Queiroz, segundo investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Além de Renan, Ana Cristina é mãe de Ivan Valle Ferreira Mendes, filho do segundo casamento dela com o militar Ivan Ferreira Mendes, que atualmente ocupa cargo comissionado como assessor técnico DAS-7 da Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude do governo interino de Claudio Castro (PSC), um dos maiores aliados de Jair Bolsonaro.