Fábio Faria vai à sede da Huawei após Bolsonaro baixar a guarda contra a China por vacinas

O fim das críticas de Eduardo Bolsonaro à Huawei fez parte do acordo do governo da China para fornecimento de insumos para produção das vacinas. Olavista acusou o ministro das Comunicações, que é genro de Silvio Santos, de "se tornar lobista chinês"

Fabio Faria em visita à sede da Huawei, na China (Reprodução)
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Vista como inimiga por Donald Trump e uma das principais protagonistas do teoria da conspiração sobre o plano comunista de domínio mundial lançado pela ultradireita e repetido no Brasil pelo clã Bolsonaro, a empresa de tecnologia chinesa Huawei recebeu a visita do ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN), em sua sede em Shenzhen, nesta quinta-feira (11).

"Em Shenzhen, visitamos o centro Galileo, de aplicações práticas de 5G, como em procedimentos médicos a distância. Também estivemos no laboratório de segurança cibernética da Huawei para debater padrões globais e requisitos brasileiros de confiabilidade de redes", afirmou o genro de Silvio Santos em publicação nas redes.

https://twitter.com/fabiofaria5555/status/1359821159911608321

A visita à empresa sela a reviravolta diplomática imposta pelo governo comunista chinês no acordo com Jair Bolsonaro para fornecer insumos para produção de vacinas pelo Instituto Butantan, responsável pela Coronavac, e pelo Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que representa o consórcio AstraZeneca/Oxford no país.

Vírus chinês e Huwaei
Pivô da crise diplomática com a China, Eduardo Bolsonaro é um dos propagadores no Brasil das duas principais “narrativas” defendidas por grupos de ultradireita em todo o mundo: o coronavírus é um “vírus chinês”, que teria sido propagado pelo mundo como estratégia para que a China implantasse um governo comunista via Organização das Nações Unidas (ONU), e o Partido Comunista Chinês tenta implantar um sistema de espionagem pela instalação da rede 5G pela empresa de tecnologia Huwaei.

A segunda teoria da conspiração gerou a última crise diplomática, em novembro, quando Eduardo Bolsonaro usou as redes sociais para fazer insinuações sobre o uma suposta espionagem que seria promovida pelo Partido Comunista Chinês através do serviço de 5G da Huawei.

A tese é defendida de forma ferrenha pelo guru do clã, Olavo de Carvalho. Nesta quinta-feira, após a publicação, Fábio Faria começou a receber ataques de um dos principais expoentes do olavismo, o cientista político Silvio Grimaldo, que acusa Faria de "se tornar lobista chinês".

"O Fábio, que já é meio deslumbrado com esse negócio de Huawei, deve voltar da China apaixonado. Péssima ideia, ministro, se tornar lobista chinês num ambiente como o nosso, ainda mais se você nutre esse sonho de ser o vice de @jairbolsonaro em 2022", atacou.

https://twitter.com/silviogrimaldo/status/1359845833185845258