"Lula e Bolsonaro não têm motivos para se atacar no primeiro turno", diz líder do governo

Ex-ministro do governo golpista de Michel Temer, Ricardo Barros (PP-PR) levanta bandeira branca de Bolsonaro e se contradiz ao dizer que o vice "é uma decisão tomada 100% em cima de pesquisas".

Ricardo Barros, Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/ Twitter Ricardo Barros)
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Ex-ministro da Saúde do governo golpista de Michel Temer (MDB) e líder do atual governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) foi o responsável para erguer a bandeira branca de Jair Bolsonaro (PL) ao afirmar, em entrevista ao jornal O Globo, que não haverá ataques entre o atual e o ex-presidente Lula (PT) no primeiro turno das eleições.

"Lula e Bolsonaro não têm motivos para se atacar no primeiro turno. Se houver uma equação racional de conduta das campanhas, não vejo como a terceira via superar Lula e Bolsonaro", afirmou.

Barros, que comanda um bunker na Saúde desde o golpe, delira ao afirmar que Bolsonaro é "favorito" para o segundo turno das eleições, contrariando as pesquisas que mostram que o atual presidente perderia para Lula, Ciro Gomes (PDT) e até Sergio Moro (Podemos) em eventuais disputas.

"Se nós tivermos várias candidaturas, é muito difícil que alguém tenha espaço para chegar à frente de Lula ou Bolsonaro para estar no segundo turno. E, no segundo turno, Bolsonaro é o franco favorito", analisou, apostando em uma mudança de "conjuntura" até o pleito.

"O momento eleitoral vai ser totalmente diferente. Nossos problemas até agora eram economia, pandemia, as pessoas com medo de pegar Covid e morrer. Daqui a um ano, vamos estar discutindo a inflação, que me parece será o tema que vai perseverar. A avaliação do governo vai estar sendo feita sobre outros parâmetros", diz o deputado, ignorando o fato que é justamente a alta dos preços que tem feito a popularidade do presidente derreter.

Contraditório, Barros disse ainda que o vice de Bolsonaro "é uma decisão tomada 100% em cima de pesquisas". Confrontado com a posição do presidente, que diz não acreditar em pesquisas, o líder do governo saiu pela tangente.

"Sim [o presidente não acredita em pesquisas], mas eu estou dizendo que isso é a praxe. O presidente Bolsonaro já disse que vai escolher o vice. Então vamos aguardar".