Escanteado por Jair Bolsonaro (Sem Partido) no governo, o vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), aguarda a filiação do presidente ao PL para pedir apoio para sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro.
Mourão, que chegou a negociar sua ida para o PP, de Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, teria acertado sua candidatura com Antonio Carlos Santos, presidente do PRTB fluminense, segundo a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo deste domingo (21).
Caso não se concretize a candidatura, Mourão pode ainda concorrer ao Senado pela sigla.
Cacique Mourão
Nas redes, a hipotética candidatura ganhou o apoio de Janaína Paschoal, deputada estadual (PSL) em São Paulo, que cogitou até a mudar de estado para trabalhar por Mourão.
Artífice do golpe em Dilma Rousseff (PT), que chegou a ser lançada como vice na chapa de Bolsonaro, Janaína ainda resgatou um antigo slogan irônico do vice: "Cacique Mourão é a solução".
"Se eu fosse eleitora no Rio de Janeiro, votaria em General Mourão para Governador! Se ele tiver a coragem de se candidatar, farei campanha para ele, independentemente de partido. Para o cartão postal da nação, Cacique Mourão é a solução!".
Mourão, que tem ascendência indígena, registrou-se como índio no Tribunal Superior Eleitoral e explicou a escolha em evento em Porto Alegre durante campanha em 2018.
“É só olhar para o meu rosto. Eu sou pardo? Eu sou negro? Eu sou asiático? Eram as opções que eu tinha, e a quinta opção era indígena”.
A declaração aconteceu dias depois de Mourão chamar indígenas de "indolentes" - preguiçosos - em evento na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, também no Rio Grande do Sul.
“Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena, minha gente. Meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson Rosa (vereador), nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, essa é o nosso cadinho cultural. Infelizmente, gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas”, afirmou.
Para minimizar a polêmica, Mourão então lançou o "slogan" na capital gaúcha. “Não sei a qual etnia deveria pertencer, mas pode ter certeza de uma coisa: Cacique Mourão é a solução”.