"Fujão": Guedes falta à sabatina sobre offshore na Câmara pela segunda vez

"Foi avisado ontem na comissão, na parte da tarde, quase à noite que ele fugiu. É um absurdo. Já tem um tempão que ele foi convocado. Estava tudo acertado para hoje", disse Rogério Correia

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Presidência da República)
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Envolvido em denúncias sobre a milionária offshore nas Ilhas Virgens que lucra com a valorização do dólar frente ao real, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fugiu pela segunda vez de sabatina marcada para explicar o caso, revelado pelo Pandora Papers, na Câmara dos Deputados.

Guedes seria sabatinado na manhã desta quarta-feira (10) por membros das Comissões de Fiscalização Financeira e Controle; e de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, mas teria avisado na noite desta terça-feira (9) que não poderia comparecer.

"Foi avisado ontem na comissão, na parte da tarde, quase à noite que ele fugiu. É um absurdo. Já tem um tempão que ele foi convocado. Estava tudo acertado para hoje. Nós ficamos em Brasília porque isso era prioridade e, simplesmente, o ministro fugiu", afirmou Rogério Correia (PT-MG), membro da Comissão de Trabalho.

Correia afirmou à Fórum que acredita que Guedes fugiu para evitar se explicar sobre o calote da PEC dos Precatórios, que foi aprovada na noite desta terça em votação em segundo turno em plenário na Câmara.

"Ele que fala que não pode furar teto, está todo feliz com o fura-teto, que é, na verdade um dinheiro que estão arrumando para o Auxílio Bolsonaro para ver se reverte o caos que está esse governo do ponto de vista de popularidade. Isso influenciou para que o fujão do Paulo Guedes sumisse. Na verdade, ele não aparece desde aquela época em que foi pego com a boca na botija acumulando riqueza com milhões no exterior", disse o deputado.

Esta foi a segunda vez que Guedes fugiu de dar explicações sobre a offshore, que foi transferida para o comando da esposa, Maria Cristina Bolivar Drummond, e da filha, Paula Drumond Guedes, quando ele entrou no governo Jair Bolsonaro.

A primeira sabatina sobre o caso foi marcada para o dia 13 de outubro, mas dois dias antes Guedes viajou para os Estados Unidos.