O vice-presidente Hamilton Mourão confirmou, em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira (13), que indicou o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, presidente do TRF-4 no auge da Lava Jato, para a vaga de Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente Jair Bolsonaro, porém, negou, e preferiu indicar o "terrivelmente evangélico" André Mendonça, ex-advogado-geral da União (AGU).
“Minha indicação o presidente não quer. (…) Já havia conversado com o presidente sobre o nome há muito tempo e o presidente também tem conhecimento do papel e da competência técnica e profissional do desembargador, mas ele tem outras variáveis que leva em consideração para essa decisão", disse Mourão.
Lenz é neto de Carlos Thompson Flores, que foi ministro do STF, e trineto de Carlos Thompson Flores, fundador da Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre. Presidente do Tribunal da Lava Jato, ele participou do lawfare que resultou na prisão do ex-presidente Lula nos processos que foram derrubados pelo STF por causa da parcialidade do ex-juiz Sergio Moro.
A indicação de Mendonça foi feita pelo presidente em julho, mas para ele se tornar ministro do Supremo, precisa ser aprovado após sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, presidida por Davi Alcolumbre (DEM-AP). O senador, no entanto, ainda não marcou data para que a sabatina aconteça.
Mourão disse, ainda, que não concorda com a postura de Alcolumbre de empacar a votação. “Acho que não está correto isso aí. O senador Alcolumbre deveria cumprir a tarefa dele, de presidente da CCJ, botar o nome para ser votado e acabou. Se for aprovado, muito bem. Se não for, muito bem também. É o papel do Senado confirmar ou não a indicação do presidente da República. Uma coisa eu digo claramente: não está correto.”