Após voltar atrás e, pressionado por parlamentares do centrão, retomar conversas sobre um programa de auxílio emergencial - mudando o nome de Renda Brasil para Renda Cidadã - para substituir o Bolsa Família, Jair Bolsonaro foi às redes e chamou de "demagogos e comunistas" aqueles que se apõem a extensão do benefício "para sempre".
Leia também: Bolsonaro planeja dar “pedalada” e ainda usar dinheiro do Fundeb para bancar Renda Cidadã
"O Auxílio Emergencial, infelizmente para os demagogos e comunistas, não pode ser para sempre", finalizou Bolsonaro uma sequência de tuítes, em que critica a oposição pelo viés eleitoreiro da ação.
A declaração de Bolsonaro, no entanto, representa uma mudança radical em toda sua história parlamentar, em que sempre se opôs aos mecanismos de transferência de renda às camadas mais pobres, classificando em 2010, por exemplo, o Bolsa-Família como "Bolsa Farelo (família)" que "vai manter esta turma no poder.
Na sequência de tuítes nesta terça, Bolsonaro diz que sua "crescente popularidade" incomoda os adversários e "grande parte da imprensa, que rotulam qualquer ação minha como eleitoreira. "Se nada faço, sou omisso. Se faço, estou pensando em 2022".
Com a mesma retórica desde o início da pandemia, Bolsonaro tenta culpar a imprensa e os governos estaduais e municipais pelos "milhões de desassistidos" por causa da pandemia. E manda recado ao sistema financeiro, dizendo que "a responsabilidade fiscal e o respeito ao teto são os trilhos da Economia".