Damares acusa Folha de publicar mentiras e nega que tentou impedir aborto de criança estuprada

Ministra afirmou que vai “fazer o departamento jurídico do jornal trabalhar”. Reportagem apontou operação contra procedimento autorizado pela Justiça

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A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, rebateu a Folha de S.Paulo e negou ter atuado para impedir o aborto autorizado pela Justiça na menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada por um tio, no Espírito Santo, conforme apontado em reportagem do jornal nesta segunda-feira (21).

"Novamente a Folha de SP publica mentiras sobre a minha atuação e o trabalho de nossos técnicos. Entraremos imediatamente com pedido de resposta. Mais uma vez faremos o departamento jurídico do jornal trabalhar", escreveu Damares, no Twitter.

"Deixamos claro que o tempo inteiro nossa atuação ocorreu para fortalecer a rede de proteção à criança em São Mateus. Oferecemos melhorar o Conselho Tutelar e até curso foi ministrado com esse objetivo. Não vamos deixar de trabalhar na defesa das crianças e adolescentes da cidade", completou a ministra do governo Jair Bolsonaro.

https://twitter.com/DamaresAlves/status/1308057525036765184

Segundo a reportagem da Folha, Damares agiu pessoalmente para tentar impedir o aborto. A ministra também teria sido responsável por repassar o nome da criança a Sara “Winter” Geromini, que mobilizou ativistas antiaborto para causar tumulto em frente o hospital onde foi realizado o procedimento no Recife, em Pernambuco.

Ainda de acordo com a publicação, a operação coordenada por Damares buscava transferir a menina de São Mateus, no Espírito Santo, para um hospital em Jacareí, no interior de São Paulo, onde ela ficaria internada durante a gestação. A ministra teria enviado uma equipe do ministério e aliados políticos para fazer manobras e ofertas de infraestrutura ao Conselho Tutelar para cooptar apoio local.