Estudos feitos pelo professor sênior da Universidade de São Paulo (USP) Hélio Zylberstajn, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que a pandemia aprofundou as dificuldades dos 34,6 milhões de brasileiros que vivem na informalidade.
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Segundo a pesquisa, divulgada em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo nesta segunda-feira (6), para cada emprego formal fechado, dois informais ficaram sem trabalho desde a chegada da pandemia ao Brasil, no mês de março. Nesse período, 3,98 milhões de informais perderam sua principal fonte de renda. No caso dos formais, 1,99 milhão ficaram desocupados.
Em entrevista à CNN, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, no entanto, que o pior já passou e o Brasil já vive uma "retomada", enquanto está acionado no pico da pandemia, que já matou 64 mil brasileiros - com uma taxa de letalidade que se mantém acima das mil mortes por dia há semanas.
“Parece que o fundo do poço foi abril. As notas fiscais de maio já estavam quase dois dígitos acima de abril. Nos primeiros 20 dias de junho, já superaram o mês de maio”, disse Guedes, sem apresentar números que sustentam a tese.
“Inclusive, junho já está mais alto do que junho do ano passado. Isso confirma (a retomada)”, afirmou, anunciando que o país fará quatro grandes privatizações ainda em 2020.
Entre os informais atingidos frontalmente pela pandemia, o Estadão conta a história da vendedora ambulante Izabel Gomes, de 54 anos, que acumula quatro meses de aluguel atrasado e conta com a ajuda da associação de camelôs do Rio de Janeiro para conseguir cestas básicas para alimentar a família.
“A gente teve de escolher entre pagar o aluguel ou não morrer de fome. Não me envergonho, porque todo mundo está no sufoco. Só peço a Deus que tudo isso acabe logo", diz Izabel, afirmando que os R$ 600 do auxílio emergencial só dá para o básico. A filha, também ambulante, recebeu a primeira parcela com dois meses de atraso.