O Partido Verde alemão cobrou uma postura do governo da chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, em relação ao presidente Jair Bolsonaro, diante do avanço da pandemia de covid-19 no Brasil, do aumento do desmatamento na Amazônia e de ameaças aos direitos humanos e de povos indígenas.
O deputado alemão e porta-voz de política externa do Partido Verde, Omid Nouripour, afirmou em comunicado que o fato de o Brasil ter se tornado o segundo país do mundo em número de infecções de coronavírus mostra o que ocorre quando a covid-19 é "banalizada" e medidas de distanciamento e proteção não são seguidas.
"Bolsonaro não só aceitou esse resultado, como o provocou decisivamente com suas polêmicas extremamente perigosas", afirmou Nouripour.
"Em poucas semanas, dois ministros da Saúde deixaram seus cargos, enquanto o ministro da Justiça pediu demissão devido à interferência do presidente na Polícia Federal, e o ministro do Meio Ambiente quer explorar a situação para expandir a mineração e a agricultura em terras protegidas da região amazônica", acrescentou o porta-voz.
O comunicado afirma também que, "em relação à situação precária da Amazônia devido ao desmatamento ilegal e ao enfraquecimento de órgãos de proteção ambiental, mais uma vez fica evidente que, para o governo Bolsonaro, todos os meios são válidos para sacrificar a Floresta Amazônica e os povos indígenas em prol dos interesses econômicos".
"Bolsonaro é, sem dúvida, uma ameaça à democracia, ao Estado de Direito, aos direitos humanos e à sobrevivência da Amazônia. O governo alemão precisa se posicionar categoricamente em relação a isso e não deve continuar aceitando silenciosamente as consequências para os cidadãos brasileiros", encerrou Nouripour.
Com informações da Deutsche Welle