Jair Bolsonaro usou um grupo de crianças, que voltou ao Palácio do Planalto sob o comando do padre Pedro Stepien, para anunciar nesta terça-feira (12) que pediu uma lei federal proibindo o ensino da chamada "ideologia de gênero" nas escolas.
"Nós sabemos que por 11 a 0 o STF derrubou uma lei municipal [que proibia o ensino da ideologia de gênero]. Ja pedi ao major Jorge [Oliveira, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência] uma lei federal, que devemos aprovar hoje", afirmou.
O anúncio foi feito após o padre bolsonarista, frequentador das aglomerações promovidas por Bolsono, afirmar que tinha um pedido ao presidente. "Não queremos a ideologia de gênero", disse uma das crianças, que foi acompanhada de um coro do padre com o grupo: "Não, não não".
De máscara, Bolsonaro pegou crianças no colo e convidou o grupo para acompanhar o hasteamento da bandeira do Brasil, que aconteceu no Palácio do Planalto e reuniu ministros do governo .
"Ideologia de gênero"
O termo “ideologia de gênero” é utilizado por grupos de direita e religiosos para designar a inclusão da discussão sobre gênero e sexualidade no currículo das escolas. Em geral, essa discussão inclui a abordagem da diferença entre gênero, sexo biológico e sexualidade.
As diretrizes sobre direitos sexuais e reprodutivos da ONU dizem respeito à garantia da saúde reprodutiva e combate a práticas nocivas, especialmente para mulheres e crianças.
Em dezembro do ano passado, Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender uma lei municipal de Londrina, Paraná, a qual proibia debates e citações a respeito de gênero nas salas de aula.
A lei, de setembro de 2018, dizia que ficam proibidas “adoção, divulgação, realização ou organização de políticas de ensino, currículo escolar, disciplina obrigatória, complementar ou facultativa, ou ainda atividades culturais que tendam a aplicar a ideologia de gênero e/ou o conceito de gênero”.