Reportagem de Guilherme Amado, no site da revista Época neste sábado (28), revela que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que é comandada pelo governo Jair Bolsonaro, ordenou que a Agência Brasil ignorasse o assassinato de José Alberto Silveira Freitas, morto por dois seguranças brancos em uma loja do Carrefour em Porto Alegre.
A censura teria sido ordenada por escrito aos funcionários da Agência Brasil no dia 20 de novembro, mandando que o crime fosse ignorado nas redes sociais da agência - o que foi cumprido.
A EBC é presidida pelo publicitário Glen Lopes Valente, que foi alçado por Bolsonaro ao comando da empresa após atuar como chefe dos departamentos comercial e de marketing do SBT. Ele atuou ainda como vice-presidente de marketing do HSBC no Brasil e como responsável pela área na América Latina.
Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão (PRTB), negam que haja racismo no Brasil e que o crime está sendo usando de forma "ideológica".
O presidente ignorou o assassinato de João Alberto, ocorrido na véspera do Dia da Consciência Negra, dizendo ser "daltônico".
"Não nos deixemos ser manipulados por grupos políticos. Como homem e como Presidente, sou daltônico: todos têm a mesma cor".