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POLÍTICA
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A base governista de Jair Bolsonaro no Senado já manobra para colocar o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) como relator da designação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a Embaixada do Brasil em Washington.
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Segundo reportagem da Folha de S.Paulo desta sexta-feira (9), o nome de Rodrigues já foi levado ao presidente da Comissão de Relações Exteriores, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), responsável por formalizar a escolha do relator.
Nesta quinta-feira (8), os Estados Unidos deu aval para a indicação de Eduardo ao cargo de embaixador em Washington. No Senado, Eduardo precisa ter a maioria dos 81 votos no plenário.
O pedido de agrément, referente à indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada dos EUA, foi enviado no final de julho ao Departamento de Estado americano, que deu retorno favorável ao Brasil após cerca de duas semanas. Esse tipo de pedido normalmente é tratado de forma sigilosa entre os governos, para evitar constrangimentos caso o indicado fosse recusado pela embaixada do país de destino.
No entanto, no caso de Eduardo, Bolsonaro resolveu tornar público antes mesmo de enviar a consulta ao governo de Donald Trump. Como o pedido foi aceito, o presidente deverá realizar agora a indicação formal de seu filho para o posto, mas caberá ao Senado avaliar.
Nepotismo
Em meio à polêmica da indicação e do aval dos EUA, Câmara tentará votar na próxima quarta-feira (14) projeto que torna nepotismo indicar parentes para o cargo de ministro ou embaixador.
A indicação de Eduardo conseguiu unir direita e esquerda na Câmara na articulação para tentar barrar tais práticas de nepotismo no Brasil. Na autoria do projeto, à direita estão Kim Kataguiri (DEM-SP) e os parlamentares do Novo e, à esquerda, a presidente da comissão de trabalho, professora Marcivânia (PCdoB-AP).
O relator da proposta, Kim Kataguiri (DEM-SP), incluiu em seu voto uma emenda à lei dos servidores públicos. Segundo o texto, fica proibido "a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau" para cargos de ministro e chefe de missão diplomática permanente. Os relatores negam que o projeto seja uma retaliação à indicação de Bolsonaro.