Bolsonaro prepara mutirão para fazer reintegração de posse em favor de fazendeiros

Licenciado da União Democrática Ruralista, associação criada por grandes proprietários de terras, o secretário de Assuntos Fundiários, Luiz Antônio Nabhan Garcia, afirma que a proposta não tem a intenção de beneficiar proprietários rurais

O secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio Nabhan Garcia - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O governo Jair Bolsonaro prepara um mutirão para fechar acordos de conciliação com fazendeiros, que questionam na Justiça a retomada de terras destinadas para a reforma agrária.  O secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio Nabhan Garcia, afirma que o objetivo é iniciar a investida ainda neste semestre.  Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo. Aliado de Bolsonaro desde a campanha e um de seus principais conselheiros na área rural, Nabhan é presidente licenciado da União Democrática Ruralista (UDR), uma associação criada por grandes proprietários de terras. Apesar de seu evidente alinhamento aos ruralistas, o secretário alega que esta proximidade não vai interferir nos acordos. E nega que a proposta tenha a intenção de beneficiar proprietários rurais, grupo que apoia o governo Bolsonaro.  Nabhan diz reconhecer que muitos terrenos hoje abrigam famílias. Em razão disso, afirmou que os acordos vão priorizar terras nas quais não existam pessoas acampadas. Entretanto, segundo reportagem publicada no Estadão, garantiu que "vai ter reintegração de posse. Mas o objetivo é que a família seja acomodada em outro lote, desde que cumpra requisitos previstos em lei".  Apesar de Nabhan afirmar que as famílias serão realocadas, a equipe econômica ainda precisa garantir recursos mínimos para o começo do mutirão. Não existem estimativas oficiais de quantas famílias acampadas no País. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) calcula em 80 mil.  O ministro supõe que os números sejam menores, mas o governo ainda faz cálculos.