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POLÍTICA
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Crítico antigo da fiscalização eletrônica no trânsito, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) suspendeu nesta quinta-feira (15) o uso de radares móveis em rodovias federais. No entanto, radares fixos permanecem. Na visão de Bolsonaro, a fiscalização eletrônica não tem papel educativo e visa apenas retirar dinheiro do contribuinte.
No texto publicado no Diário Oficial desta quinta, o presidente determina ao Ministério da Infraestrutura a "reavaliação da regulamentação dos procedimentos de fiscalização eletrônica". Como justificativa, diz que a medida quer "evitar o desvirtuamento do caráter pedagógico e a utilização meramente arrecadatória dos instrumentos e equipamentos medidores de velocidade".
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Desde a época em que era deputado, Bolsonaro demonstrava insatisfação com os dispositivos de controle de velocidade. Em março deste ano, o presidente já havia cancelado a compra de 8 mil radares em rodovias e que os contratos seriam revisados. No entanto, a medida de suspensão dos radares móveis não teve amparo técnico, já que profissionais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) alegam maior segurança nas estradas com esse dispositivo, de acordo com a Folha.
Levantamento feito pelo jornal mostrou que houve redução média de mortes de 21,7% nos quilômetros de rodovias federais em que o dispositivo eletrônico foi colocado. Além disso, de acordo com o Dnit, 8.301 faixas precisam de monitoramento no Brasil (radar ou lombada eletrônica).
Ainda, estudos feitos pelo Fórum Internacional de Transportes, ligado à OCDE, mostraram que radares inibem motoristas de desrespeitar os limites de velocidade implantados para aumentar a segurança viária. Um caso exemplar é a França, que implantou radares entre 2003 e 2004. A velocidade média nas rodovias caiu de 127 km/h para 119 km/h entre 2001 e 2005, acompanhada de uma queda de 36% no número de acidentes fatais. Percentual similar foi registrado em vias onde a velocidade antes dos radares já era menor.