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A Associação dos Funcionários do BNDES (ABNDES) denunciou que Jair Bolsonaro trabalha em "um processo de desmonte institucional do banco", reduzindo fontes de financiamento para desestruturar a instituição.
Entre as medidas apresentadas por Paulo Guedes, ministro da Economia, no chamado pacto federativo está uma proposta que reduz de 40% para 14% a parcela de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) destinada ao BNDES.
"O governo não quer discutir o papel do BNDES, ele quer cortar fontes de recursos de forma pulverizada", disse o vice-presidente da associação, Arthur Koblitz, lembrando que a PEC da Previdência original desviava recursos do FAT para aposentadorias.
"Com a devolução dos recursos do Tesouro, o FAT passa a ter cada vez mais importância. É a fonte de recursos mais estável que o banco tem", diz Koblitz.
Em editorial publicado no dia 31 de outubro, a associação diz que o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, esconde "a absoluta subserviência em relação ao governo federal (declaradamente, escancaradamente, anti-BNDES) por trás de uma retórica de compromisso com o Banco e seus empregados".
"Paulo Rabello de Castro, Dyogo Oliveira e Joaquim Levy entraram em confronto com Brasília sobre devolução de recursos e manutenção das condições de competitividade para o Banco. Montezano representa um rompimento. As perguntas que têm que ser feitas são: em nome do quê? Com base no quê? Nada poderia ser mais vago. Seu discurso é tão vago que em determinado momento ele mesmo admite que o que fala pode parecer "maluco". Não entendemos assim: a descontração foi muito longe no comentário autodepreciativo. Não é maluco. É vago, é pouco estudado, é voluntarista. E, acima de tudo, não é responsável conduzir o Banco dessa forma, com esse grau de improviso", diz o texto.