Pandemia e avanço de Boulos na periferia "torna imprevisível resultado da eleição", diz diretor do Datafolha

Alessandro Janoni analisa que eleitores indecisos e aqueles que ainda podem mudar o voto, podem trazer surpresa no resultado da eleição na cidade de São Paulo

Guilherme Boulos e Luiza Erundina - Foto: Reprodução
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O diretor do Datafolha, Alessandro Janoni, publicou artigo na noite deste sábado (28), no jornal Folha de São Paulo, onde analisa alguns fenômenos que ocorreram no segundo turno da disputa em São Paulo e que podem trazer surpresas no resultado do pleito.

O coronavírus, as taxas de abstenção e o número de indecisos são os fatores que fazem da eleição da cidade São Paulo "atípica".

"Em cenário tão atípico, impossível de prever se ainda haverá movimento. Além da alta taxa de eleitores que se mostram indecisos ou que ainda cogitam mudá-lo (somados, correspondem a 17%), a decisão sobre qualquer opção passa antes pela disposição ou condição do paulistano em comparecer às urnas", analisa Janoni.

O texto também destaca que "cerca de um em cada cinco entrevistados pelo instituto sente-se inseguro para votar neste domingo em razão da pandemia, e aproximadamente 12% admitem que podem se ausentar".

Além disso, Janoni destaca uma abstenção acima da média em bairros periféricos nas "zonas eleitorais de Guaianazes, Cidade Tiradentes, Perus e Brasilândia" e que este baixo comparecimento foi protagonizado por eleitores de baixa renda, onde a intenção de votos de Boulos avançou.

"O dado torna imprevisível o efeito do fenômeno sobre o resultado da eleição. Apesar de Covas atrair a maioria dos que ganham até cinco salários-mínimos, essas regiões das zonas leste e norte foram as áreas onde Boulos mais evoluiu no segundo turno", analisa Janoni.

Por fim, o diretor do Datafolha lembra que vai bem nas zonas oeste e sul da cidade e que possui apoio expressivo do eleitoral conservador da capital paulista.