BOLSONARISMO

Jovem é agredido por vestir vermelho em 'micareta' golpista na Paulista

Bolsonaristas se dizem cristãos e defensores da liberdade de expressão e partem para cima de quem pensa diferente

Bolsonaristas se dizem cristãos e defensores da liberdade de expressão e partem para cima de quem pensa diferente
Jovem é agredido por vestir vermelho em micareta golpista na Paulista.Bolsonaristas se dizem cristãos e defensores da liberdade de expressão e partem para cima de quem pensa diferenteCréditos: Reprodução X
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A sexta ‘micareta golpista’ do ano ocorreu neste domingo (29) na Avenida Paulista, em São Paulo, convocada por Jair Bolsonaro e aliados sob o mote “Justiça Já”, em mais uma tentativa de pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF), que já tornou o ex-presidente réu por suposta participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

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Um vídeo que circula nas redes sociais registrou o momento em que um jovem, vestindo uma camiseta vermelha com o nome Lula, foi brutalmente agredido por apoiadores de Bolsonaro.

“Jovem usando uma camiseta vermelha escrito LULA foi brutalmente agredido na micareta do Bozo que aconteceu hoje.
Não é essa galera cristã que defende a liberdade de expressão?” — publicou um internauta, ao divulgar as imagens.

Esse episódio revela um padrão de violência política praticada por bolsonaristas, que ligam símbolos de esquerda — como camisetas vermelhas, bonés do MST ou adesivos do PT — à demonização de adversários, alimentando agressões públicas legitimadas pelo discurso de ódio estimulado pelas próprias lideranças.

Relembre outros casos de violência por bolsonaristas

Entre 2018 e 2022, não faltaram casos que ilustram esse histórico. O mais emblemático ocorreu em 2018, quando o capoeirista e ativista cultural Mestre Moa do Katendê foi assassinado com 12 facadas em Salvador, após declarar voto em Fernando Haddad e exibir um adesivo do PT. Em 2020, em Londrina (PR), um professor foi cercado em uma feira de agricultura familiar por usar um boné do MST.

Em agosto de 2022, em Curitiba, um torcedor do Athletico Paranaense foi espancado por bolsonaristas na saída de um jogo por estar com a camisa vermelha do clube — tradicional, mas confundida com apoio ao PT. No mesmo ano, mulheres foram hostilizadas em filas de votação no segundo turno, empurradas ou ameaçadas apenas por usarem camisetas vermelhas ou adesivos de Lula.

Em manifestações na própria Avenida Paulista, especialmente entre 2021 e 2022, grupos bolsonaristas tentaram expulsar militantes da oposição que carregavam bandeiras vermelhas, em ações que em alguns casos terminaram em confronto físico, exigindo intervenção policial.

Micareta golpista

O ato golpista na Paulista reuniu governadores como Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG), senadores e deputados do PL, além de pastores como Silas Malafaia.

Por volta das 15h30, Bolsonaro discursou exaltando sua trajetória, dizendo ter chegado à Presidência por “milagre” e atribuindo parte da vitória ao filho Carlos Bolsonaro, que atuou como seu principal marqueteiro.

O ex-presidente, hoje inelegível, voltou a atacar o STF, chamou de “brutal injustiça” as penas de até 17 anos aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro — minimizando o ataque e afirmando que não havia armas, “só estilingues e bolinhas de gude”.

Reclamou da derrota em 2022, chamou Lula de “ladrão” e prometeu voltar a ter força política pedindo à base apoio para eleger metade do Congresso.

Enquanto Tarcísio criticou o governo federal, os juros altos e prometeu “resposta nas urnas”, Silas Malafaia atacou o STF por decidir sobre a responsabilização das redes sociais. 

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