DIA DOS NAMORADOS

'Bromance': Lula e Macron viram símbolo da nova diplomacia Brasil-França no Dia dos Namorados

Em contraste com o 'gelo' da era Bolsonaro, proximidade entre os presidentes reforça laços econômicos, atrai o público jovem e reposiciona o Brasil no cenário internacional, avalia analista político

Créditos: Ricardo Stuckert
Escrito en POLÍTICA el

A relação entre o Brasil e a França voltou aos holofotes nesta quinta-feira (12), após a Embaixada da França no Brasil publicar uma foto dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Emmanuel Macron abraçados, em homenagem ao Dia dos Namorados e aos 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

A postagem viralizou nas redes sociais, mas, para o analista político Isaac Jordão Sassi, o clima de bromance exibido nas imagens oficiais vai além do simbolismo romântico e representa uma estratégia de reposicionamento do Brasil no cenário internacional após o governo Bolsonaro.

"O amor não tem fronteiras", diz a publicação. "Parceria, confiança, trocas culturais e muito carinho: essa relação só cresce com o tempo", completa.

Veja a íntegra da publicação da Embaixada da França:
 

A proximidade entre os dois chefes de Estado tem chamado a atenção tanto por sua informalidade quanto pelos sinais diplomáticos que transmite. Para Sassi, a relação entre os dois líderes revela uma estratégia bem articulada que envolve comunicação pública, interesses econômicos e reposicionamento internacional. “Vejo com bastante curiosidade essa imagem pública que Lula e Macron estão transmitindo juntos”, afirma Sassi.

Um dos elementos mais notáveis é o tom leve e descontraído adotado pelos presidentes nos encontros oficiais — algo pouco comum em interações entre chefes de Estado.

“Essa demonstração de proximidade mais informal acaba sendo atrativa, especialmente para um público mais jovem, tanto no Brasil quanto na França”, explica Sassi.

Sassi também destaca o peso das relações econômicas bilaterais: a França, hoje, é a terceira maior origem de investimentos diretos no Brasil, com mais de mil empresas atuando no país. “A defesa de uma boa relação e de uma relação próxima é interessante para os dois países”, pontua.

Resposta simbólica ao período Bolsonaro

O analista lembra ainda que esse novo momento de cordialidade também funciona como uma resposta simbólica ao período de tensão diplomática que marcou os anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Havia um clima tenso, inclusive com ofensas pessoais à Brigitte Macron. Essa demonstração quase ‘excessiva’ de proximidade também serve para mostrar como a relação é boa agora — e o quanto ela havia sido prejudicada”, conclui.

A postura dos líderes, assim, representa mais do que mera simpatia pessoal. É uma construção política que sinaliza ao mundo uma retomada do diálogo e da cooperação entre Brasil e França depois de um período de afastamento.

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