FASCISMO BOLSONARISTA

Ex-comandante da Marinha nega que colocou tropas à disposição de golpe de Bolsonaro; siga ao vivo

Almir Garnier disse a Moraes que Bolsonaro teria demonstrado "o que para mim parecia mais preocupações e análises de possibilidades do que propriamente uma ideia ou intenção de conduzir alguma coisa em uma certa direção"

Almir Garnier depõe a Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal.Créditos: Gustavo Moreno/STF
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Primeiro a depor nesta terça-feira (10), no segundo dia das oitivas dos réus da quadrilha golpista de Jair Bolsonaro (PL), o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, negou que tenha colocado às tropas à disposição do ex-presidente para levar adiante à intentona.

Indagado por Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), a respeito das declarações dos ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Alberto Baptista Junior, sobre a reunião em que Bolsonaro pediu apoio das Forças Armadas, Garnier negou que tenha colocado as tropas à disposição do ex-presidente.

"Tanto no inquérito policial, quanto em juízo, teria dito que a partir dessas discussões, dessa possibilidade que o ex-presidente colocou de um estado de exceção e com isso a decretação da GLO [Garantia da Lei e da Ordem] para novas eleições e impedir que o presidente pudesse tomar posse, que o senhor teria sido o único que 'colocaria as tropas da Marinha à disposição do presidente'. Você se recorda disso?", indagou Moraes.

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"Eu me recordo do que disse o brigadeiro Baptista Júnior", respondeu Garnier. "Isso não ocorreu?", insistiu o ministro. "Não, senhor", respondeu o militar.

"Em primeiro lugar, o brigadeiro Baptista Júnior não estava presente nessa reunião", disse. Moraes, ratificou, dizendo que foi o "general Freire Gomes quem disse isso" e perguntou novamente se "isso ocorreu ou não".

"Não, senhor", reiterou o almirante. "O senhor nem tocou nesse assunto?", perguntou Moraes.

"Senhor ministro, como disse há pouco, não houve deliberações. O presidente não abriu a palavra para nós. Ele fez as considerações dele e expressou o que para mim parecia mais preocupações e análises de possibilidades do que propriamente uma ideia ou intenção de conduzir alguma coisa em uma certa direção. A única que percebi, que para mim era tangível e importante, era a preocupação com a segurança pública para qual a GLO é um instrumento adequado dentro de certos parâmetros, como o senhor bem sabe", emendou Garnier.

 

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