REFORMA MINISTERIAL

VÍDEO: o que Cida Gonçalves disse ao ser trocada por Márcia Lopes no Ministério das Mulheres

Ex-ministra negou que tenha sido substituída por acusações de assédio e falou em continuidade de seu trabalho com a nova titular da pasta

Cida Gonçalves, Lula e Márcia Lopes.Créditos: Ricardo Stuckert
Escrito en POLÍTICA el

“É uma troca de rumo, de momentos. Tem horas que você está no limite do esgotamento daquilo que você pode avançar, ampliar, e gente nova chega com um novo olhar, com uma outra perspectiva". Com essas palavras, Cida Gonçalves se despediu do cargo de ministra das Mulheres nesta segunda-feira (5), durante cerimônia que oficializou a nomeação da assistente social Márcia Lopes para o cargo

Ao lado da nova titular da pasta, Cida negou que sua saída tenha relação com acusações de assédio e afirmou que o processo que envolvia seu nome foi arquivado.

“Acho que é importante dizer isso, não contou a discussão do assédio. Aliás, eu gostaria de dizer aqui que foi arquivado o processo na Comissão de Ética (da Presidência), apesar de isso estar sendo dito permanentemente, isso foi arquivado, não existe, nós não temos denúncia no Ministério das Mulheres”, declarou.

A transmissão de cargo ocorreu em Brasília, com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em publicação nas redes sociais confirmou a troca de comando na pasta.

“Eu e a ministra (das Relações Institucionais) Gleisi Hoffmann recebemos hoje pela manhã, dia 5 de maio, no Palácio do Planalto, a assistente social, professora e ex-ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, a quem nomeei e dei posse no cargo de Ministra das Mulheres, em substituição à companheira Cida Gonçalves, que também participou do encontro", escreveu Lula.

Ao fazer um balanço da gestão, Cida destacou avanços conquistados nos últimos meses e afirmou que a reconstrução da política para as mulheres no país está em curso.

“As mulheres têm um papel estratégico na construção da democracia brasileira, na governabilidade e no processo de construção de representatividade. Nós tiramos a maioria das mulheres da situação de pobreza. Temos muita coisa que foi feita e muito para se construir. Pegamos um país completamente parado onde as mulheres foram - durante seis anos - violadas e todos os seus direitos retirados. O que fizemos e continuará a ser feito é recuperar a dignidade, o respeito e a cidadania das mulheres”, disse.

Cida afirmou ainda que sua saída ocorreu de forma tranquila, construída junto ao presidente. “Na verdade, precisamos de um momento em que é preciso renovar algumas coisas, isso é importante. Eu tenho mais o perfil gestora, quero voltar para o campo de onde eu venho. É uma construção minha e do presidente, com muita tranquilidade. Vou voltar para o lugar de onde eu vim, que é o movimento de mulheres. É uma troca em que precisamos de energia nova, espaços novos e eu também preciso voltar para o espaço de onde eu vim.”

Veja vídeo: 

Márcia Lopes

Márcia Lopes, por sua vez, destacou o compromisso com a continuidade das políticas públicas implementadas sob a gestão de sua antecessora e anunciou foco em escuta ativa e articulação com outros ministérios.

“É uma grande alegria e eu sei da minha tarefa, mas não vou fazer sozinha. Conto com uma equipe competente, dedicada, apaixonada e bom astral que acredita no movimento de mulheres, no movimento feminista. Esse ministério tem o absoluto dever de defender intransigentemente os direitos das mulheres e, para isso, a gente precisa debater, estudar, ler, entender os fenômenos atuais diante das tecnologias e desafios que temos pela frente”, afirmou a nova ministra.

Ela também detalhou os planos para ampliar a interlocução institucional: “Teremos um intenso trabalho e vamos dialogar com a saúde, educação, cultura, agricultura, meio ambiente, ciência e tecnologia, desenvolvimento e assistência social e buscar exatamente aquelas referências e trabalho que cada ministério faz em relação às mais de 104 milhões de mulheres brasileiras.”

Márcia revelou ainda a orientação recebida diretamente do presidente Lula. “Foi uma boa conversa com o presidente. Ele disse que quer ver as mulheres mais contentes, mais protegidas, que ele quer ver as mulheres em cada um dos 5.572 municípios desse país, que elas se sintam respeitadas, acolhidas, ouvidas, escutadas.”

Quem é Márcia Lopes

Com longa trajetória no serviço público, Márcia coordenará a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, prevista para ocorrer entre 16 e 19 de setembro. “Queremos conferências em todos os municípios brasileiros, nos estados, e a grande conferência nacional. Esse é o momento da gente se olhar cara a cara e dizer: o que você está precisando, mulher? O que vocês, mulheres, querem desse país? Vivemos em um mundo de grande complexidades, do ponto de vista emocional, psicológico, das inseguranças todas”, afirmou.

Esta é a 12ª mudança ministerial do governo Lula desde o início do terceiro mandato. Márcia Lopes, filiada ao PT desde 1982, já havia ocupado o cargo de ministra do Desenvolvimento Social em 2010, no segundo mandato de Lula, e integrou a equipe de transição do atual governo.

*Com informações da Agência Brasil e Agência Gov

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