INSS

PDT rompe com governo e sai da base na Câmara após demissão de Lupi

Nomeação de Wolney Queiroz sem consulta à bancada foi estopim para decisão unânime de afastamento

O ex-ministro Carlos Lupi.Créditos: Lula Marques/Agência Brasil
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A bancado do PDT na Câmara dos Deputados comunicou oficialmente nesta terça-feira (6) o rompimento com a base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão decorre da troca no comando do Ministério da Previdência Social, que retirou Carlos Lupi do cargo na esteira do escândalo das fraudes em aposentadorias e pensões do INSS, um esquema instalado ainda no início do governo Bolsonaro (PL) e que agora veio à tona. Apesar de Wolney Queiroz, seu substituto, também ser filiado ao partido e aliado histórico de Lupi, parlamentares apontam que a escolha foi feita sem consulta à bancada.

A condução da mudança no ministério foi vista por deputados pedetistas como um episódio de desorganização do governo na articulação com partidos aliados. A crítica remete a situações semelhantes já vividas anteriormente, segundo a leitura da bancada do PDT, como na pasta das Comunicações, em que um nome chegou a ser indicado sem alinhamento com a legenda responsável.

Decisão coletiva e antecipada por insatisfação crescente

A deliberação pela saída do bloco de apoio foi tomada por unanimidade em reunião interna da bancada. Antes mesmo da crise provocada pela operação da Polícia Federal sobre fraudes no INSS, o PDT já demonstrava desconforto com o espaço ocupado no governo. Na ocasião, dirigentes condicionaram a permanência na base à manutenção de Lupi no ministério.

Dirigentes do PDT alegavam que a sigla se manteve entre as mais fiéis ao governo desde o início da legislatura, mas não teve o reconhecimento correspondente em cargos estratégicos. A legenda reivindicava a indicação para outra pasta ou para uma estrutura com presença nacional e potencial de fortalecimento eleitoral.

Nomeação sem aval da bancada gerou reação imediata

Apesar de Wolney Queiroz ocupar o cargo de secretário-executivo da pasta e ser ex-deputado pelo partido, sua elevação ao ministério foi interpretada como um movimento unilateral do Planalto. Integrantes da legenda afirmam que não houve tratativas prévias com a bancada, o que ampliou o mal-estar.

Atualmente, o PDT é presidido por André Figueiredo (CE), mas Carlos Lupi ainda exerce forte liderança dentro da legenda. A exclusão de Lupi do governo, portanto, foi compreendida como uma ruptura simbólica com a representação política do partido na estrutura federal.

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