A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) relacionou os casos como o atentado a bomba desarticulado durante o show de Lady Gaga, realizado no último sábado (3), com o crescimento de discursos de ódio contra públicos minoritários e a necessidade de regulamentação das redes sociais.
“Por pouco a festa gigantesca e histórica de ontem não se tornou uma tragédia. Uma tragédia que teria, novamente, pessoas LGBTQIA+ como suas vítimas. Os discursos de ódio e desumanizantes seguem crescendo nas redes sociais, agora abertamente incentivados por seus proprietários”, escreveu a parlamentar.
Erika Hilton ainda explica que é preciso fazer mais do que esperar que a Justiça seja feita: é preciso ir além, regulamentando a fonte do problema: as redes sociais. Ela ainda relembra que a bancada bolsonarista no Congresso Nacional busca impedir essa proposta de regulamentação. Veja:
“Não dá para o Brasil inteiro ter, como única estratégia para combater isso, torcer pra que a Justiça e a Polícia encontrem esses criminosos antes deles partirem pro atentado terrorista ou violência física. Nesse meio tempo, meninos já foram cooptados, meninas foram traumatizadas e vidas já foram destruídas”, escreve. “Mas seguimos dependendo da sorte e das investigações pontuais que desmantelam um grupo, enquanto outros grupos continuam em plena atividade nas redes. É necessário regulamentar as redes sociais. É necessário punir essa gente com rigor. E é necessário apontar o dedo: por que a bancada bolsonarista do Congresso segue tentando impedir todo tipo de avanço contra esse comportamento?”, completa.
Veja a íntegra do discurso de Erika Hilton:
Entenda o caso
Um grupo que planejava um atentado a bomba durante a apresentação de Lady Gaga foi desarticulado no último sábado (3), graças à ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Com o nome de Operação Fake Monster, uma rede criminosa digital foi desarticulada – com o responsável pelo plano sendo preso e um adolescente sendo apreendido. O plano era tratado como uma espécie de “desafio”, e diversos adolescentes foram aliciados e cooptados com conteúdo extremista e violento contra minorias, em especial o público LGBTQIAP+. Veja o perfil dos autores do atentado.
Um homem, entendido como o articulador do plano, foi preso, um adolescente foi apreendido como colaborador, e um suspeito foi indiciado. Foram 13 mandados de busca e apreensão cumpridos nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso.