A ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, abandonou audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, onde compareceu como convidada, após um novo ataque misógino do líder do PSDB, Plínio Valério (PSDB-AM).
A nova agressão, nesta terça-feira (27), aconteceu pouco mais de dois meses após Valério dizer que queria "enforcá-la" durante cerimônia da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), em 14 de março.
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"Imagine o que é tolerar Marina 6 horas e dez minutos sem enforcá-la", disse o senador tucano, sobre a participação de Marina na CPI das ONGs, no Senado.
Nesta terça, Valério voltou à tona e desferiu novo ataque misógino na comissão, comandada pelo bolsonarista Marcos Rogério (PL-RO). Em sua intervenção, em meio a ataques de bolsonaristas, o tucano disse que queria separar "a ministra da mulher", porque "mulher merece respeito, a ministra não".
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Antes do ataque do tucano, Marina teve o microfone cortado diversas vezes por Rogério, que reclamou dizendo que gostaria que ela "fosse uma mulher submissa". "E eu não sou", rebateu a ministra.
"Me respeite, ministra, se ponha no teu lugar”, gritou Rogério, impedindo a ministra de falar e alegando que pediu que ela se colocasse em seu "lugar de ministra de Estado".
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) acusando Marcos Rogério de machismo e de ter faltado com o respeito a Marina Silva. O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), também saiu em defesa da ministra e defendeu que ela abandonasse o colegiado em meio às confusões.
Ao final, Marina afirmou que só ficaria na comissão se o senador tucano lhe pedisse desculpas. "Sou uma mulher de luta e de paz. Mas nunca vou abrir mão da luta. Não é pelo fato de eu ser mulher que vou deixar as pessoas atribuírem a mim coisas que não disse", disse Marina.
Sem as desculpas, Marina levantou-se e foi embora, mesmo com ameaças de Valério, que dizia que iria convocá-la para novo depoimento.
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