Durante entrevista ao Fórum Onze e Meia desta sexta-feira (23), Washington Quaquá (PT), prefeito de Maricá (RJ), falou sobre defender a inocência dos irmãos Chiquinho Brazão, ex-deputado, e Domingos Brazão, ex- Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, em relação ao assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018. Os dois estão presos desde março de 2024 após serem apontados como mandantes do crime.
Para Quaquá, porém, os irmãos Brazão "não têm nada a ver com o assassinato". "Eu tenho certeza absoluta que eles são inocentes", afirmou. O prefeito de Maricá argumentou que Chiquinho e Domingos Brazão não fariam uma "brutalidade e ao mesmo tempo burrice" de matar a vereadora. "Isso é coisa de gente imbecil, é coisa de miliciano", disse.
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O prefeito destacou que as relações políticas e de amizade da quadrilha de Ronnie Lessa, autor confesso do assassinato de Marielle, apontam, na verdade, para a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele citou, por exemplo, a visita que Élcio de Queiroz, responsável por dirigir o carro utilizado no crime, fez ao condomínio de Bolsonaro, onde Lessa também morava, e pediu para ir à casa do ex-presidente no dia do assassinato.
A primeira investigação apontou que o porteiro do condomínio autorizou a entrada de Queiroz afirmando que “seu Jair” havia permitido. O funcionário confirmou a versão em dois depoimentos, mas investigações posteriores apontaram que a voz era de Ronnie Lessa, segundo laudo assinado por seis peritos da Polícia Civil em 2020.
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Para Quaquá, "é fácil enfiar nos Brazão a culpa para poder livrar a cara daqueles que são aliados da família Bolsonaro". Ele acrescentou que o que o deixa "bobo" é a esquerda corroborar com uma "investigação furada" para livrar o ex-presidente e seus filhos.
"Aí é que eu fico louco com essas coisas. Como é que a esquerda histérica compra uma versão para salvar a família Bolsonaro e enfiar a culpa numa família que não tem nada a ver? Se você lê os autos do processo, você vai ver que eles são absolutamente inocentes, porque eles sequer tinham relação com o Ronnie Lessa e toda quadrilha", afirmou Quaquá.
O prefeito disse que, assim como defendeu a inocência de pessoas como o presidente Lula e Zé Dirceu, não pode corroborar com o "mesmo método que usaram contra nós contra uma pessoa que eu conheço e sei que não fez aquilo".
Alvos "mais fáceis"
Ele acrescenta que os irmãos Brazão foram apontados por serem alvos "mais fáceis", já que não eram bolsonaristas e haviam brigado com o PT. Na visão de Quaquá, eles seriam um "Cristo ideal".
Por fim, o prefeito ressaltou que as relações do assassino confesso levam à família Bolsonaro. "Ronnie Lessa era amigo da família Bolsonaro. Aquele capitão Adriano era ligado a eles e era ligado à família Bolsonaro. A esposa dele era assessora de Flávio Bolsonaro. Então, todas as ligações e todas as conexões ligam à família Bolsonaro. Dizer: 'ah, o Bolsonaro, o Carluxo mandou matar', eu não vou ser irresponsável para dizer isso. Mas todas as relações de amizade e políticas dessa quadrilha são com a família Bolsonaro e não com a família Brazão", completou.
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