No mesmo dia, 29 de abril de 2025, em que ganhou os noticiários acusada de racismo ao atacar servidores dizendo que "uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês", a vereadora Cris Monteiro (Novo) cometeu um ato racista e de aporofobia inacreditável ao explicar a declaração a um grupo de mulheres da comunidade judaica em reunião na Câmara de São Paulo.
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"Mulher branca, bonita e rica incomoda muito": vereadora do Novo é acusada de racismo em SP
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Em vídeo disponibilizado no canal do YouTube da Câmara, em uma roda de conversa com o Grupo de Empoderamento Feminino da FISESP (Federação Israelita de São Paulo) e ELF (Empoderamento e Liderança Feminina, também da Fisesp), Cris Monteiro se explica sobre o ocorrido horas atrás e disse que só teria pedido desculpas só para não ser levada à Corregedoria da Câmara.
No vídeo, a vereadora do Novo compara o racismo que, segundo ela, começou para que os negros denunciassem que "eram maltratados por serem negros", com um pêndulo, que agora estaria no outro lado.
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"Eu falei do pêndulo. O movimento antirracista ele sai de um lugar onde os negros eram maltratados por serem negros onde os negros eram maltratados por serem negros - ninguém tem que preferir ninguém pela cor da sua pele, vamos combinar, né? Ai vem para um lado onde eu vou lá e faço uma fala agora e fui considerada racista e vão me levar para a Corregedoria da Câmara por causa da minha fala", inicia.
Indagada quando teria acontecido a fala, a vereadora explicou. "Eu falei, olha, eu sou uma mulher branca, bonita e rica - tinha um contexto, tá? Falar isso... Eu já estou na imprensa, por racismo", conta.
Em seguida, Cris Monteiro segue seu raciocínio tentando minimizar a questão estrutural - "não é porque eu sou branca, que sou racista". "Então, hoje, eu me sinto acuada porque não pode falar nada", reclama.
"Eu não ofendi ninguém. [...] Tanto é que subi de novo [na tribuna] e falei: lamento profundamente por se sentirem ofendidos, não foi esse o meu desejo", disse repetindo que "o fato é que hoje está de tal forma que estamos todos muito acuados com essa coisa ideológica, com essa doutrinação".
Em seguida, ela então conta uma questão que houve na semana anterior em que "uma vereadora negra subiu na tribuna [...] e eu falei da favela do Moinho, sendo favorável que tem que tirar a Favela do Moinho, e a moça subiu lá, logo depois da minha fala, e falou assim: 'bem se vê que a vereadora Cris Monteiro não conhece favela, então eu quero convidá-la, com seus sapatos caros, para ir numa favela comigo'".
Cris Monteiro então diz às mulheres que a fala foi "um enorme preconceito contra mim, uma mulher branca, bem cuidada".
"É um comentário preconceituoso. Ela pode falar isso. Agora vocês imaginem se eu chego lá e falo: eu quero convidar a vereadora preta para visitar a Faria Lima com seus sapatos baratos", afirmou, arrancando risos das mulheres presentes.
"Acabou a minha vida, é um suicídio político. Por isso hoje quando falo que sou uma mulher branca, bonita e rica e incomodo vocês. Pronto, eu virei racista no segundo em seguida".
Assista a partir de 1 hora e 27 minutos