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Escândalo do INSS não abala avaliação de Lula, aponta pesquisa Ipespe

"O tsunami do INSS não produziu uma queda na dimensão esperada", afirma Antônio Lavareda, coordenador da pesquisa

O presidente Lula.Créditos: Adriano Machado/Reuters/Folhapress
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Apesar do impacto político provocado pelo escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS, a nova rodada da pesquisa Pulso Brasil-Ipespe, que será divulgada nesta quarta-feira (21), indica que a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue praticamente inalterada em relação à última aferição, feita em março deste ano.

De acordo com o levantamento divulgado com exclusividade pela coluna de Mônica Bergamo, a taxa de reprovação do presidente permanece em 54%, enquanto a aprovação oscilou de 41% para 40%, variação dentro da margem de erro. Os dados mostram que, embora o escândalo tenha interrompido uma leve recuperação registrada em abril, ele não conseguiu ampliar significativamente o desgaste da gestão.

O início de 2025 foi turbulento para o governo federal, com sucessivas quedas na popularidade refletidas em pesquisas de diferentes institutos. Em abril, no entanto, após mudanças na comunicação institucional e campanhas publicitárias destacando ações do Executivo, Lula ensaiava uma recuperação. O Datafolha, por exemplo, apontava crescimento na avaliação positiva do governo, de 24% para 29%.

Com a revelação das irregularidades no INSS, muitos aliados temiam uma nova onda de queda, o que não se concretizou. Para o cientista político Antonio Lavareda, coordenador do levantamento, o resultado surpreende. "O tsunami do INSS não produziu uma queda na dimensão esperada", avalia.

Outro dado relevante da pesquisa é a percepção da população sobre o rumo da economia: 38% dos entrevistados acreditam que o país está no caminho certo — um leve avanço em relação aos 35% que expressavam essa visão em março. Para Lavareda, esse dado é chave para compreender a resiliência da popularidade presidencial.

Percepções da mídia e impacto das viagens internacionais

Quando questionados sobre as notícias mais lembradas envolvendo Lula nas últimas semanas, 17% citaram suas viagens ao exterior — incluindo compromissos na China, Rússia e Vaticano. A exposição internacional do presidente parece ter contrabalançado parte das críticas internas.

Já a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, apareceu com baixa menção: apenas 3% citaram polêmicas envolvendo seu nome. O escândalo do INSS, por sua vez, segue no centro das atenções: 30% dos entrevistados afirmaram ter acompanhado o caso.

Expectativas divididas para o futuro

A pesquisa mostra ainda uma divisão nas expectativas da população: 39% acreditam que o governo Lula deve melhorar nos próximos meses, enquanto 44% apostam em piora. Outros 16% acham que a situação permanecerá como está.

Apesar do cenário desafiador, a pesquisa sugere que a gestão petista tem conseguido evitar uma erosão mais grave de sua base de apoio — ao menos por enquanto.

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