TARCÍSIO DE FREITAS

Michelle ou Tarcísio de Freitas: quem afinal Bolsonaro quer para 2026

Tudo pode mudar, mas até o momento, dois fatores têm sido decisivos para essa preferência, segundo aliados

Tarcísio e Michelle.Créditos: Douglas Gomes/Lid Republicanos/Flickr
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Caso a decisão sobre a candidatura à Presidência da República precisasse ser tomada hoje, o ex-presidente Jair Bolsonaro escolheria a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como sua representante. Essa é a avaliação dominante entre a cúpula do PL e lideranças do Centrão próximas ao ex-presidente, que enxergam em Michelle o nome preferido de Bolsonaro para liderar o campo bolsonarista em 2026.

De acordo com apuração da coluna de Bela Megale, no Globo, dois fatores têm sido decisivos para essa preferência, segundo aliados. O primeiro é a recente aproximação de Michelle com Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e um dos filhos mais influentes do ex-presidente. Após a última cirurgia de Jair Bolsonaro, Carlos passou a fazer elogios públicos à madrasta, fortalecendo os laços familiares e políticos entre ambos.

O segundo fator é a crescente desconfiança do clã Bolsonaro em relação ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, até então apontado como possível herdeiro político de Bolsonaro. Entre os filhos do ex-presidente, há críticas à falta de gestos concretos de Tarcísio em defesa da família, especialmente em relação aos processos que envolvem Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo as investigações sobre tentativa de golpe de Estado.

Além disso, o governador tem sido acusado nos bastidores de ignorar pedidos do núcleo bolsonarista relacionados a nomeações e articulações no governo paulista, o que tem gerado desgaste e esfriado sua relação com o grupo.

Chapa já tem até vice

Diante desse cenário, uma chapa encabeçada por Michelle Bolsonaro, com o senador Rogério Marinho (PL-RN) como vice, tem ganhado força entre os aliados do ex-presidente. A possível composição é vista como uma chapa "puro sangue", com ambos os nomes oriundos do PL, o que agradaria a ala mais ideológica e fiel do bolsonarismo. Marinho é considerado um nome técnico, experiente e bem alinhado com o pensamento do grupo, e sua pré-candidatura é trabalhada discretamente por auxiliares de Bolsonaro.

No entanto, essa movimentação preocupa partidos do Centrão, que veem na eventual chapa dificuldades para atrair legendas de centro-direita. Siglas como o PP e o União Brasil, que formam uma federação, já articulam para indicar o nome do vice em uma futura aliança com Bolsonaro. Um caminho que inclui Michelle e Marinho pode acabar isolando o projeto dentro do próprio campo da direita.

Apesar das articulações internas, Bolsonaro mantém, publicamente, o discurso de que pretende disputar novamente a Presidência, mesmo estando atualmente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A declaração tem sido interpretada por aliados como uma estratégia para manter sua liderança no campo conservador enquanto prepara sua sucessão política.

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