ELEIÇÕES 2026

Bolsonaro se esquiva sobre apoio a Tarcísio em 2026, fala em Michelle, Eduardo e plano de Temer

Em entrevista ao Uol, Bolsonaro foi pressionado a se posicionar sobre a candidatura Tarcísio - preferido da terceira via - e saiu pela tangente: "essa hipótese, se existir, é melhor que não seja revelada"

Jair Bolsonaro em entrevista ao portal Uol.Créditos: Reprodução / TV Uol
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Inelegível até 2030 e tentando se livrar da prisão até o final do ano por tentativa golpe de Estado - que mais uma vez não conseguiu explicar -, Jair Bolsonaro (PL) se esquivou de responder se apoiaria o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) em uma disputa presidencial contra Lula em entrevista nesta quarta-feira (14) no portal Uol.

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Após repetir argumentos vazios contra os crimes de tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro foi indagado sobre o movimento da terceira via - com o apoio da mídia liberal, inclusive do Uol - de lançar Tarcísio como candidato à Presidência em 2026. O ex-presidente gaguejou, mas não respondeu de forma direta.

"O Tarcísio acabou de dizer que direita sem Bolsonaro não existe. O que eu vejo são outros possíveis candidatos, numa linha que é direito deles, cada partido discute sua proposta", afirmou, tentando sair do assunto.

Em seguida, Bolsonaro citou o movimento articulado por Michel Temer (MDB) - revelado pela Fórum em 17 de abril - para unir a direita em torno de uma candidatura única contra Lula, sendo o governador paulista o mais cotado para o posto.

"Agora temos a liderança de Michel Temer que está tratando de unir a direita sem o Bolsonaro e sem os radicais, palavras dele e ele tem todo o direito de falar o que bem entender. Agora o Tarcísio o que tem falado ultimamente: sou candidato à reeleição, tenho uma dívida com Bolsonaro", disse o ex-presidente, que nessa terça-feira (13) enviou um vídeo com recado para o ex-ministro, que está em Nova York com Temer e grande parte da terceira via.

Bolsonaro, então, passou a desqualificar Tarcísio, dizendo que o governador não teria a experiência política que ele tem.

"E eu tenho [uma dívida] com Tarcísio também. Ele foi um excepcional ministro, um gestor fenomenal, que enfrenta seus problemas e não teve a vivência que eu tive de 28 anos de parlamento. Ele não tem essa experiência política e não é fácil essa experiência política porque, por vezes, você tem que engolir sapo pela fosseta lacrimal. O Tarcísio está aprendendo isso ai", disparou. 

Josias de Souza, colunista do Uol, então insistiu dizendo que "se [Bolsonaro] for condenado e Lula ficar no vermelho [sobre a popularidade do presidente] vai passar um cavalo encilhado em frente ao Palácio dos Bandeirantes".

"Antes de abril faltam quantos meses? 10, 11 meses? Vamos esperar a condenação. Eu acredito em milagre", esquivou novamente o ex-presidente, citando compromisso do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que teria dito "que o candidato até os 48 do segundo tempo é o Bolsonaro".

O colunista do Uol, voltou a insistir, dizendo que Costa Neto teria dito a ele que "Bolsonaro preso elege até um poste".

"Você não vai tirar essa informação de mim. Mas, se eu botar a mão no Josias, você vai ser metralhado. Essa hipótese, se existir, é melhor que não seja revelada", reagiu Bolsonaro, sinalizando que já pensa no assunto.

Para tentar fugir do tema, Bolsonaro usou as especulações em cima da candidatura de Michelle Bolsonaro (PL) e, pela primeira vez, não descartou a hipótese.

"A Michelle não pediu para entrar em pesquisas. Botaram o nome dela e ela tem aparecido na frente do Lula. Quem é a Michelle? É uma pessoa que como primeira-dama, foi exemplar. Cuidou da questão social, das pessoas com doenças raras, da comunidade surda. E fez um trabalho, no meu entender, fantástico. Agora, ela é uma mulher, fala bem, é evangélica, então tem um carinho de uma parte considerável da população. Então, ela pode ser candidata? Não sei", afirmou. "O outro é o Eduardo que está nos EUA. Aparece em pesquisa, perdendo para o Lula, mas aparece", emendou sobre outra possibilidade dentro do clã.

Ao concluir, Bolsonaro mostrou o medo que tem de ser totalmente excluído da disputa, caso assuma desde já a posição de que é carta fora do baralho - como quer a terceira via. 

"Tem muito tempo até lá. Eu não posso bater o martelo agora, certas coisas se externar eu vou deixar de ser uma pessoa procurada. Se está definido...", afirmou.

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