POVOS INDÍGENAS

Itamaraty afasta servidor que sugeriu ‘meter cacete’ em indígenas; saiba quem é

O afastamento de Aldegundes Batista Miranda ocorreu após o vazamento de um áudio em que ele defende repressão a ato por direito indígenas: “deixa descer e mete o cacete se fizer bagunça”.

Créditos: Richard Wera/Apib
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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) afastou um servidor após ele sugerir, em reunião, “meter o cacete” nos indígenas que participariam de uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A declaração ocorreu na quinta-feira (10), durante encontro na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), que antecedeu o protesto.

O servidor em questão foi identificado como o Aldegundes Batista Miranda.

Segundo o Itamaraty, ele ocupava um cargo administrativo na Divisão de Recursos Logísticos e foi afastado nesta sexta-feira (11), com o caso sendo encaminhado à Corregedoria do ministério. Em nota, a pasta repudiou o episódio e afirmou que o servidor não foi orientado a se manifestar "nos termos noticiados".

Aldegundes Batista Miranda. Créditos: Reprodução/Instagram

Procurado pela Folha, Aldegundes se identificou como chefe de segurança do órgão e negou ter direcionado a frase "meter o cacete" aos indígenas. Ele afirmou que havia informado aos superiores sobre uma consulta médica no horário da reunião, mas mesmo assim foi incluído remotamente. Segundo seu relato, o comentário foi feito a uma pessoa ao seu lado, fora da reunião, em referência a eventuais desordens na Praça dos Três Poderes. O servidor alegou não saber que o microfone de seu celular, posicionado entre as pernas, estava ativado.

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A manifestação, organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), integra a programação do Acampamento Terra Livre (ATL), que reúne mais de 7 mil indígenas em defesa de seus direitos constitucionais.

Durante o ato, manifestantes marcharam em direção ao Congresso Nacional e houve confronto com a Polícia Legislativa, que utilizou bombas de gás para dispersar o grupo.

Diversos manifestantes passaram mal com os efeitos do gás e precisaram de atendimento médico. A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), que acompanhava a marcha, também foi atingida.

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